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Calouros da seleção são atração em entrevistas
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Eles são novatos, mas alcançaram o posto de titulares na
primeira convocação para a seleção brasileira. Até agora, são
os dois atletas que mais lucram
com a Copa das Confederações.
E não escondem a inexperiência para lidar com temas delicados que envolvem a equipe.
A falta de rodagem com a camisa amarela é ainda mais destacada quando o meia Ramires
e o lateral-esquerdo André
Santos se expõem publicamente diante dos microfones.
Os dois ainda não seguem o
padrão pasteurizado das estrelas do time. Também não fogem, como os seus colegas mais
famosos, de temas polêmicos.
O ex-cruzeirense demonstra
humildade, conta histórias da
infância pobre no interior do
Rio e fala de sua transferência
para o Benfica. Este último assunto foi proibido por Dunga.
O corintiano André Santos
deixa claro seu deslumbramento com o time nacional. Será
avisado de que Dunga, técnico
conservador, não gosta disso.
Sorridente, o lateral reclama
do maior símbolo dos torcedores de futebol na África do Sul,
as barulhentas vuvuzelas.
"Essa corneta tem que ser banida do futebol. Eu sei que faz a
festa da torcida, mas atrapalha
a gente", disse o jogador, que
ganhou a posição de Kléber
mas ainda não convenceu plenamente o treinador da seleção
brasileira. "Eu procuro fazer na
seleção o que faço no clube",
declarou o André Santos, sem
citar o nome do Corinthians.
Se a lateral esquerda ainda é
problema para Dunga, o técnico parece satisfeito com Ramires. Na África do Sul, ele é tratado como a grande revelação da
seleção. Ontem, respondeu várias vezes se não havia se precipitado ao assinar com o Benfica
antes de ser convocado para defender o selecionado nacional.
O clube português pagou cerca de R$ 22 milhões ao Cruzeiro. "Agora já foi feito o negócio,
mas não estou arrependido. Foi
importante ser contratado pelo
Benfica. É um time grande na
Europa", declarou o atleta,
também muito assediado por
jornalistas estrangeiros.
Os repórteres queriam saber
mais sobre o habilidoso meia,
que participou dos últimos cinco jogos da seleção -dois deles
como titular- e tem se destacado pelo bom entrosamento
com Kaká e Robinho. "Por que
corre tanto?", veio a pergunta.
"Sempre corri, desde novinho. Já corri muito da minha
avó e de cachorro", brincou o
mais novo candidato a estrela
da seleção brasileira.
(EAR E PC)
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