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FUTEBOL
Recuado no 1º tempo, time não consegue reagir ao sair para o ataque
Erro tático levou seleção
ao naufrágio, diz Scolari
DOS ENVIADOS A MANIZALES
A tentativa de mudar a tática característica de times defensivos
contra um rival que cometia erros
infantis custou a classificação do
Brasil na Copa América. A seleção
perdeu de 2 a 0 para Honduras
ontem à noite, em Manizales.
Recuado durante todo o primeiro tempo, com o esquema 3-5-2 escolhido pelo técnico Luiz
Felipe Scolari, o time não obteve
sucesso, mas garantia o empate
que levava aos pênaltis. Quando
resolveu sair para o jogo, no esquema 4-4-2, segundo o técnico,
na etapa final da partida, a seleção
foi surpreendida.
"A gente comete erros que permitem ao adversário crescer. Se
tivesse mantido os três zagueiros,
talvez não tomasse o primeiro gol.
Contra o Paraguai, os três zagueiros estarão lá", disse o técnico
após a partida.
Nos treinos que antecederam o
jogo, Scolari tinha ficado em dúvida sobre a escolha de uma tática
ofensiva ou defensiva. Acabou
optando pela segunda.
Os três zagueiros, os dois volantes e os dois laterais quase não
avançaram ontem. Quando Belletti e Júnior, laterais, iam à frente, acabavam isolados.
Denílson, que entrara bem nos
dois jogos anteriores, jogou mal e
também ficou isolado durante
quase toda a primeira etapa, assim como Guilherme e Alex.
A covardia brasileira fez com
que o público presente no estádio
Palogrande, em Manizales, passasse a torcer para Honduras. A
cada toque de bola da seleção
hondurenha, ainda no primeiro
tempo, a torcida gritava ""olé".
Ao final dessa etapa, os adversários do Brasil haviam conseguido
nove finalizações, contra apenas
seis da seleção de Scolari, segundo
levantamento do Datafolha.
Depois de apelar para o 4-4-2 no
segundo tempo -Scolari resolveu abrir mão de um zagueiro,
Luisão, para a entrada de Juninho
Pernambucano, e substituiu Alex
por Juninho-, a seleção brasileira conseguiu mais 12 finalizações,
com um total de 18 no final da
partida, contra 15 de Honduras.
O aproveitamento dessas finalizações, no entanto, que havia sido
de 43,5% nos quatro jogos anteriores sob o comando de Scolari,
caiu para 27,8%.
Honduras abriu o placar justamente quando o Brasil tentava ser
mais ofensivo, aos 12min do segundo tempo. Após cruzamento
de León. Bernardes cabeceou, a
bola bateu na trave e foi para os
pés de Belletti antes de entrar.
Os hondurenhos conseguiram
um segundo gol pouco depois,
mas o juiz anulou achando que a
bola, em cima da linha de fundo
quando Pérez chutou para Martínez, na área, havia saído.
Desesperado, Scolari colocou o
atacante Jardel no lugar do meia
Eduardo Costa, mas o time se
mostrava precipitado. Não conseguia desarmar o rival. A média de
151 desarmes por jogo da seleção
de Scolari caiu para 133.
Nos últimos minutos, com um
expulso de cada lado, o Brasil conseguiu pressionar, criando pelos
menos duas oportunidades para
empatar, mas foram os rivais, fechados na defesa, que conseguiram ampliar em contra-ataque.
Pérez, em uma arrancada até a
área do Brasil, tocou para Martínez chutar para o gol. Para o desespero dos brasileiros e a alegria
da torcida colombiana.
(FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)
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