São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2001

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FUTEBOL

Recuado no 1º tempo, time não consegue reagir ao sair para o ataque

Erro tático levou seleção ao naufrágio, diz Scolari

DOS ENVIADOS A MANIZALES

A tentativa de mudar a tática característica de times defensivos contra um rival que cometia erros infantis custou a classificação do Brasil na Copa América. A seleção perdeu de 2 a 0 para Honduras ontem à noite, em Manizales.
Recuado durante todo o primeiro tempo, com o esquema 3-5-2 escolhido pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o time não obteve sucesso, mas garantia o empate que levava aos pênaltis. Quando resolveu sair para o jogo, no esquema 4-4-2, segundo o técnico, na etapa final da partida, a seleção foi surpreendida.
"A gente comete erros que permitem ao adversário crescer. Se tivesse mantido os três zagueiros, talvez não tomasse o primeiro gol. Contra o Paraguai, os três zagueiros estarão lá", disse o técnico após a partida.
Nos treinos que antecederam o jogo, Scolari tinha ficado em dúvida sobre a escolha de uma tática ofensiva ou defensiva. Acabou optando pela segunda.
Os três zagueiros, os dois volantes e os dois laterais quase não avançaram ontem. Quando Belletti e Júnior, laterais, iam à frente, acabavam isolados.
Denílson, que entrara bem nos dois jogos anteriores, jogou mal e também ficou isolado durante quase toda a primeira etapa, assim como Guilherme e Alex.
A covardia brasileira fez com que o público presente no estádio Palogrande, em Manizales, passasse a torcer para Honduras. A cada toque de bola da seleção hondurenha, ainda no primeiro tempo, a torcida gritava ""olé".
Ao final dessa etapa, os adversários do Brasil haviam conseguido nove finalizações, contra apenas seis da seleção de Scolari, segundo levantamento do Datafolha.
Depois de apelar para o 4-4-2 no segundo tempo -Scolari resolveu abrir mão de um zagueiro, Luisão, para a entrada de Juninho Pernambucano, e substituiu Alex por Juninho-, a seleção brasileira conseguiu mais 12 finalizações, com um total de 18 no final da partida, contra 15 de Honduras.
O aproveitamento dessas finalizações, no entanto, que havia sido de 43,5% nos quatro jogos anteriores sob o comando de Scolari, caiu para 27,8%.
Honduras abriu o placar justamente quando o Brasil tentava ser mais ofensivo, aos 12min do segundo tempo. Após cruzamento de León. Bernardes cabeceou, a bola bateu na trave e foi para os pés de Belletti antes de entrar.
Os hondurenhos conseguiram um segundo gol pouco depois, mas o juiz anulou achando que a bola, em cima da linha de fundo quando Pérez chutou para Martínez, na área, havia saído.
Desesperado, Scolari colocou o atacante Jardel no lugar do meia Eduardo Costa, mas o time se mostrava precipitado. Não conseguia desarmar o rival. A média de 151 desarmes por jogo da seleção de Scolari caiu para 133.
Nos últimos minutos, com um expulso de cada lado, o Brasil conseguiu pressionar, criando pelos menos duas oportunidades para empatar, mas foram os rivais, fechados na defesa, que conseguiram ampliar em contra-ataque.
Pérez, em uma arrancada até a área do Brasil, tocou para Martínez chutar para o gol. Para o desespero dos brasileiros e a alegria da torcida colombiana. (FÁBIO VICTOR E SÉRGIO RANGEL)



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