RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Clube dos 13, a entidade que reúne os principais times do Brasil, anunciou ontem que criará ainda neste ano a Liga de Futebol Brasileiro Profissional.
A partir de 2002, a liga organizará o Brasileiro da primeira divisão. Neste ano, o campeonato será realizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pela última vez, segundo os dirigentes.
"Criaremos a liga ainda neste ano, o quanto antes possível. Ela será o Campeonato Brasileiro de 2002", disse Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, ontem, após reunião da entidade em São Paulo que contou com presidentes de 15 times e representantes das outras quatro equipes do grupo.
O Clube dos 13 decidiu que não organizará o campeonato nacional neste ano, como fez em 2000 ao lançar a Copa João Havelange, entendendo que o torneio é agora uma obrigação da CBF.
"A competição deste ano é da CBF. Foi anunciado um torneio com 28 times. Vamos exigir que isso seja cumprido. Nós [Clube dos 13" não faremos um torneio de âmbito nacional", disse Koff.
A CBF tenta derrubar ainda liminar obtida pelo Remo para organizar o Brasileiro-2001. O time paraense, não relacionado para jogar na primeira divisão este ano, entende que deve ficar na elite do futebol nacional pela campanha feita na Copa JH.
Dirigentes do Clube dos 13 mostraram confiança na cassação da liminar obtida pelo Remo e apostam que o Brasileiro acontecerá mesmo com 28 clubes.
"A questão será julgada por tribunal federal, em Brasília. Será um tribunal neutro. No caso do Gama, a questão foi julgada por tribunal regional. É certo que a liminar do Remo será cassada", disse Mauro Ney Palmeiro, presidente do Botafogo-RJ.
Os dirigentes também "lavaram as mãos" no que se refere à batalha jurídica contra o Remo.
"Derrubar a liminar é um problema da CBF. Mas acredito que vamos jogar", disse Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians, que representou ontem o presidente do clube, Alberto Dualib, na reunião.
A nova liga que está sendo criada já está praticamente definida.
"Estamos estudando três propostas de liga. Uma, a preferida, é que a liga seja uma sociedade civil, sem fins lucrativos. É mais fácil de montá-la e gerenciá-la. Poderia ser também uma S/A ou uma Ltda.", disse Paulo Amaral, presidente do São Paulo.
O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, um dos mentores da liga que será criada, disse que os detalhes da mesma serão anunciados em breve.
"É a oportunidade que temos para modernizar o futebol. Vocês [jornalistas" vão saber os moldes da liga antes do final do ano", disse o dirigente carioca.
A liga de clubes deverá contar com 24 participantes. Deverão jogar os 19 integrantes do Clube dos 13, o Vasco e quatro outros times que não caírem para a segunda divisão no torneio deste ano.
"A partir de 2002, essa baderna no futebol do país vai acabar. Hoje, a CBF não significa nada para o futebol brasileiro. O campeonato de 2001 será o último Brasileiro da CBF", disse Alexandre Kalil, presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-MG.
O dirigente mineiro disse que o Clube dos 13 vai ter que ajudar a bancar a segunda divisão do Brasileiro-2001. "Vamos contribuir com R$ 1,5 milhão", disse Kalil.
O torneio da primeira divisão, porém, não está ainda totalmente garantido. Alguns dirigentes já cogitam jogar competições regionais no segundo semestre.
Edmundo Santos Silva disse que o Flamengo não jogará em um torneio com Remo e que seu clube já esta preparado para a possibilidade de não atuar no Brasileiro neste semestre. ""Poderíamos criar um outro torneio, convidando alguns clubes", disse o dirigente carioca, que tentará convencer Eurico Miranda, presidente do Vasco, a aderir à nova liga.
Já Paulo Amaral admite a chance de o São Paulo atuar em um Brasileiro com mais de 28 times neste ano. ""Se for uma decisão judicial, jogamos", disse o dirigente.



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