DA REPORTAGEM LOCAL

A Série B do Brasileiro pode não acontecer. Os clubes que integram a segunda divisão do Nacional estão ameaçando cancelar o torneio, alegando não ter dinheiro suficiente para organizá-lo.
Eles responsabilizam a Confederação Brasileira de Futebol e o Clube dos 13 pela situação.
Primeiro pediram ajuda à CBF, mas ela negou, dizendo que não havia destinado verba em seu orçamento para a Série B e lembrando que, desde o início do ano, havia sido estipulado que o C13 -e não ela- seria o encarregado de viabilizá-la financeiramente.
Mas a associação que reúne os principais times do Brasil e é presidida por Fábio Koff alega que a situação mudou e que não tem como destinar recursos para a segunda divisão. Na semana passada, ficou definido que a Globo pagará R$ 130 milhões pelo Brasileiro-2002, quando o C13 esperava receber R$ 228 milhões.
""Não vamos emprestar [dinheiro à Série B" simplesmente porque não temos", explicou Koff.
Peter Silva, diretor de marketing do Londrina e que ajuda a comandar a comissão de negócios dos clubes da segunda divisão, diz que o único jeito é esperar uma ajuda da Rede Globo.
Com o auxílio do C13, Silva espera que a emissora banque, pelo menos, as passagens aéreas dos clubes no torneio.
Mas ele próprio reconhece que não vai ser fácil. ""A Sportv já pagou R$ 2 milhões para a gente [vai exibir o torneio em TV fechada", e a Globo também tem suas restrições orçamentárias, tanto que diminuiu a cota da Série A."
Se o auxílio da Globo não vier, a Série B, que contaria com a participação de 26 equipes, tentará negociar com duas empresas aéreas, o que Silva considera sua derradeira alternativa.
""Caso não consigamos, o jeito vai ser jogar a toalha", lamentou o dirigente, para quem mesmo o campeão do torneio terminaria a competição com prejuízo. ""Não tem como pagar para jogar."
Assim como a Série B, a Série C também pode acabar não saindo do papel. Pelo menos 12 clubes que participariam da terceira divisão já enviaram protesto à CBF para avisar que não têm condições de participar do torneio por absoluta falta de verba.


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