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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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AÇÃO

Mr. Slater

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Ele está de volta. Kelly Slater, 31, é -na verdade nunca deixou de ser- o melhor surfista em atividade. Sua discreta volta ao circuito no ano passado, quando terminou em nono lugar, pode ter enganado e frustrado quem esperava ver o circuito pegar fogo.
Mas com a espetacular vitória nas longas direitas de Supertubes em Jeffreys Bay, África do Sul, o americano encostou no atual campeão e líder do ranking, Andy Irons, e esquentou o Tour da ASP.
Na estréia da sexta etapa, ele ficou em último na bateria, atrás de Luke Stedman e Neco Padaratz, o melhor brasileiro na temporada (20º). Foi para a repescagem e bateu os recordes da fase.
No terceiro round, em ondas de 2,5 m, novo recorde e o primeiro 10 da prova. Nesse dia, seu principal rival para a conquista do sétimo título mundial, Irons, que vinha de duas vitórias, perdeu para o convidado local Sean Holmes, amargando um 17º lugar.
Animado com a possibilidade de ganhar importantes posições no ranking e favorecido pelas ondas que permitiam usar todo seu repertório de manobras, Slater foi batendo seus rivais, que na semifinal e final foram seus amigos e conterrâneos Taylor Knox e Damien Hobgood.
 
Competir contra seus amigos é pauta de um dos capítulos de sua biografia, que chega às livrarias americanas no próximo dia 29. Em "Pipe Dreams", Slater diz acreditar serem os surfistas a tribo mais competitiva do planeta.
Em entrevista ao "The New York Times", Slater declarou que é cruel ter que competir com aqueles que deveriam ser seu apoio e que todo surfista profissional, cedo ou tarde, entra em crise por isso. Há tópicos óbvios, como Pamela Anderson e sua criticada participação no popular seriado "Baywatch", e outros nem tanto, como o que pensa do surfe feminino e por que prefere assistir ao masculino.
Para arrematar, o campeão tenta explicar ao universo de não-surfistas por que o esporte que lhe dá sustento se transformou numa subcultura que transcende língua e geografia.
 
Ciente da força que o esporte tem entre seu público, a ESPN incluiu o surfe nos próximos X-Games de verão, mas por pouco não teve de cancelar. Tudo porque a emissora de TV e a ASP não chegavam a um acordo. O ponto da discórdia era o "fee" de US$ 15 mil. Embora detalhes do acordo não tenham sido divulgados, a competição está confirmada. No formato idealizado pelo ex-surfista profissional Brad Gerlach, dois times de cinco titulares cada um se enfrentarão em baterias de 20 minutos. Um da Costa Leste, outro da Oeste. A intenção é gerar uma rivalidade entre as regiões. Pela Costa Leste, provavelmente estarão Slater, C. J. Hobgood, seu irmão gêmeo Damien, Shea e Cory Lopez, Bem Bourgeois e dois surfistas internacionais convidados. Pela Oeste, Rob Machado, Taylor Knox, Shane Beschen, Pat Oçonnell, Tim Curran e Chris Ward. A prova será no dia 9 de agosto, em Huntington Beach.

Não quero morrer de câncer
"Porque a morte é lenta", disse o tetracampeão e atual líder da Volta da França, o ciclista Lance Armstrong, ao justificar os saltos na água de um penhasco de 50 pés, o Dead Mans Hole, nas horas vagas.

Mundial de skate - WCS
De novo, os brasileiros. Na etapa de Copenhague, Daniel Vieira venceu na street, e Sandro Dias só ficou atrás do local Rune Glifberg na vertical. E hoje começa a 22ª edição da prova de Dortmund.

Billabong Pro Junior
As ondas em Maresias não ajudaram, e vários favoritos ficaram mais distantes das seis vagas para o Mundial sub-21, na Austrália, em janeiro. A definição será no mês de novembro, em Florianópolis (SC).

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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