São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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ATENAS 2004

Esporte é o último a aceitar código elaborado pela Wada e acaba com possibilidade de sanções na Grécia

No limite, ciclismo adere a lei antidoping

DA REPORTAGEM LOCAL

Acabou ontem a possibilidade dos Jogos de Atenas serem disputados com uma modalidade a menos do que o programado.
No último dia possível, a UCI (União Ciclística Internacional) anunciou que irá aderir ao Código Mundial Antidoping, que cria uma lista única de substâncias proibidas e unifica as penas para todas as modalidades.
As normas foram criadas pela Wada, a Agência Mundial Antidoping. Quem não aderisse ao código sofreria sanções, sendo que a principal delas seria o banimento da modalidade da Olimpíada.
Apesar de se opor publicamente a alguns pontos do código, o presidente da UCI, Hein Verbruggen, se comprometeu a assiná-lo até o início dos Jogos Olímpicos, no próximo dia 13 de agosto.
Além do ciclismo, só o futebol, por meio da Fifa, ainda não assinou o código, mas também já se comprometeu a fazer isso antes do início das competições.
E, assim como o futebol, o esporte das bicicletas conseguiu algumas regalias. Uma delas é um limite maior de certas substâncias dopantes, como a nandrolona, no corpo de seus atletas.
Assim, competidores de outras modalidades serão acusados de doping com uma quantidade menor dessas drogas em seus exames do que os ciclistas.
A Fifa conseguiu concessões ainda maiores. Os atletas do futebol, por exemplo, não correm o risco de receberem suspensões de dois anos em casos mais graves.
A UCI travou uma longa batalha com a Wada antes da decisão anunciada ontem, na Áustria.
Tanto que em abril, numa entrevista à Folha, o presidente da Wada, Dick Pound, disse que não levaria "o ciclismo a sério enquanto a modalidade escondesse seus pecados".
O ciclismo é um dos esportes em que os casos de doping são mais comuns. Muitos escândalos já aconteceram na Volta da França, o evento mais importante do calendário da modalidade.
Até o maior ídolo das bicicletas no momento, o americano Lance Armstrong, que novamente lidera a competição francesa, foi acusado em um livro de usar substâncias proibidas.
Depois das federações esportivas, o próximo alvo da Wada são os países. Todos eles devem aderir ao código até, no máximo, os Jogos de inverno de 2006, na Itália. Quem não o fizer também estará sujeito a sanções.
Uma delas é a proibição de sediar eventos como a Olimpíada.


Com agências internacionais

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