São Paulo, sábado, 24 de julho de 2004

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ATLETISMO

Velocista voltou da Austrália com 5 medalhas

Ex-marido diz que Marion Jones usou coquetel de drogas em Sydney

DA REPORTAGEM LOCAL

C.J. Hunter, ex-marido da norte-americana Marion Jones, 28, declarou que injetava nela substâncias proibidas. Ele disse também que viu a velocista usar drogas para a melhora da performance na casa em que eles ficaram na Austrália, para os Jogos Olímpicos de 2000, quando Marion Jones conquistou três medalhas de ouro e duas de bronze.
A revelação foi feita ao jornal "San Francisco Chronicle", que detalhou as substâncias usadas: hormônio de crescimento humano (hGH), o esteróide anabólico THG, insulina e EPO -uma substância que estimula a produção de glóbulos vermelhos.
Campeão mundial de arremesso de peso em 1999, Hunter teve quatro exames positivos para o esteróide anabólico nandrolona no ano seguinte. Acabou banido.
Joseph Burton, advogado da velocista, contra-atacou declarando que Hunter está mentindo em razão de sua amargura pelo término do casamento com Marion Jones.
Em entrevista coletiva após a oficialização de seu caso, em Sydney, Hunter chorou ao tentar justificar seus testes positivos. Junto a ele estava Victor Conte, fundador do laboratório Balco, que era seu nutricionista.
Três anos mais tarde, a empresa foi acusada de sintetizar e distribuir o esteróide anabólico THG.
Marion Jones e seu marido atual, Tim Montgomery -recordista mundial dos 100 m-, são acusados de terem usado produtos distribuídos pelo Balco.
A Usada (agência antidoping dos EUA) encontrou evidências -como cheques- que ligam Jones e Montgomery ao laboratório.
A acusação de Hunter de que Conte e o ex-técnico de Marion Jones, Trevor Graham, forneciam-lhe drogas para a melhora de performance pode ser usada em investigação contra a atleta.
Ela pode ser banida do esporte pelo resto da vida, apesar de nunca ter testado positivo em nenhum controle antidoping.
Para Atenas, a atleta se classificou apenas no salto em distância nas seletivas dos EUA, encerradas no domingo, em Sacramento.
Ela ainda tem esperança de ser convocada para correr os 100 m em razão da possível suspensão de Torri Edwards, que testou positivo para niquetamina em abril, antes da seletiva, mas deve ter liberação para competir. Normalmente, o uso de estimulante é punido só com a anulação dos resultados do atleta, sem suspensão. O caso será analisado pela Iaaf, entidade máxima do atletismo.
Já Montgomery não conseguiu se classificar na prova que tem o melhor tempo da história. Ele também não obteve vaga na equipe de revezamento 4 x 100 m.


Com agências internacionais


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