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No auge, Bellucci encara impasse
Brasileiro, 22º do mundo, não se adapta a tênis de patrocinador, mesmo caso vivido por Guga
FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO
Yonex, Nike, Fila.
Estas foram algumas marcas de tênis usadas por Thomaz Bellucci, apesar de o
brasileiro ser atleta Topper.
Parceiros desde 2008, as
partes ainda tentam renovar
o contrato que vence no final
deste mês, mas o "bom relacionamento" sofreu abalo.
Episódio semelhante ao vivido por Gustavo Kuerten,
quando trocou a Diadora pela Olympikus, Bellucci não
conseguiu se adaptar ao produto fornecido pela Topper.
Por isso, o 22º do ranking
mundial (segunda melhor
posição do Brasil na história
da lista) chegou a pintar calçados de outras marcas para
usar em alguns torneios.
Questionado, o tenista se
mostrava político e desconversava. Nos últimos tempos,
entretanto, o desconforto da
situação ficou evidente.
Na grama de Wimbledon,
no mês passado, Bellucci jogou de Nike. No saibro do
Torneio de Hamburgo, onde
ontem foi eliminado nas
quartas de final, usou Fila.
A Topper informa que a
atitude do tenista causou
"desconforto" na empresa.
Já o estafe do tenista diz
que a marca estava ciente da
situação, já que as tentativas
para o desenvolvimento para
um modelo específico para
Bellucci, 22, fracassaram.
Ele chegou a visitar a fábrica da Topper em São Leopoldo (RS), mas os calçados
apresentados pela marca
não foram aprovados.
"Está muito difícil [a renovação]. Já disse para ele: "Se
está te machucando, vamos
terminar o contrato'", afirmou Roberto Marcher, da
Koch Tavares, que também
gerenciou a carreira de Guga.
Ex-tenista e técnico, Marcher diz que o impasse acaba
afetando o lado psicológico
se o atleta usa uma peça com
a qual não se sente bem.
A Topper afirma que trabalha com vários tenistas argentinos e que não há problemas com seu material.
Para a empresa, o ideal é
não comentar muito o assunto agora já que a negociação
para a renovação de contrato
está em andamento.
Está agendada uma última
reunião para a próxima quarta. "Temos um bom relacionamento, mas existem questões financeiras e outras",
disse Gilberto Ratto, gerente
de marketing esportivo da
Alpargatas, dona da marca.
A Folha enviou há uma semana, via assessoria, questões sobre o tema para Bellucci, que defende o título de
Gstaad a partir de segunda,
mas não obteve resposta.
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