São Paulo, sábado, 24 de julho de 2010

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No auge, Bellucci encara impasse

Brasileiro, 22º do mundo, não se adapta a tênis de patrocinador, mesmo caso vivido por Guga

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Yonex, Nike, Fila.
Estas foram algumas marcas de tênis usadas por Thomaz Bellucci, apesar de o brasileiro ser atleta Topper.
Parceiros desde 2008, as partes ainda tentam renovar o contrato que vence no final deste mês, mas o "bom relacionamento" sofreu abalo.
Episódio semelhante ao vivido por Gustavo Kuerten, quando trocou a Diadora pela Olympikus, Bellucci não conseguiu se adaptar ao produto fornecido pela Topper.
Por isso, o 22º do ranking mundial (segunda melhor posição do Brasil na história da lista) chegou a pintar calçados de outras marcas para usar em alguns torneios.
Questionado, o tenista se mostrava político e desconversava. Nos últimos tempos, entretanto, o desconforto da situação ficou evidente.
Na grama de Wimbledon, no mês passado, Bellucci jogou de Nike. No saibro do Torneio de Hamburgo, onde ontem foi eliminado nas quartas de final, usou Fila.
A Topper informa que a atitude do tenista causou "desconforto" na empresa.
Já o estafe do tenista diz que a marca estava ciente da situação, já que as tentativas para o desenvolvimento para um modelo específico para Bellucci, 22, fracassaram.
Ele chegou a visitar a fábrica da Topper em São Leopoldo (RS), mas os calçados apresentados pela marca não foram aprovados.
"Está muito difícil [a renovação]. Já disse para ele: "Se está te machucando, vamos terminar o contrato'", afirmou Roberto Marcher, da Koch Tavares, que também gerenciou a carreira de Guga.
Ex-tenista e técnico, Marcher diz que o impasse acaba afetando o lado psicológico se o atleta usa uma peça com a qual não se sente bem.
A Topper afirma que trabalha com vários tenistas argentinos e que não há problemas com seu material.
Para a empresa, o ideal é não comentar muito o assunto agora já que a negociação para a renovação de contrato está em andamento.
Está agendada uma última reunião para a próxima quarta. "Temos um bom relacionamento, mas existem questões financeiras e outras", disse Gilberto Ratto, gerente de marketing esportivo da Alpargatas, dona da marca.
A Folha enviou há uma semana, via assessoria, questões sobre o tema para Bellucci, que defende o título de Gstaad a partir de segunda, mas não obteve resposta.


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