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F-1
Segundo o piloto que dirigiu o carro médico, acidente poderia ter sido muito pior
Pneus "carimbaram" Schumacher
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Zeltweg
Michael Schumacher recebeu
dois fortes impactos na cabeça no
momento da batida -da barreira
de pneus e do volante de sua Ferrari- e só escapou de uma fratura na vértebra graças ao atual regulamento da F-1.
Quem contou à Folha esses detalhes foi o brasileiro Alex Dias
Ribeiro, que dirigiu o carro médico que socorreu o piloto alemão.
Na companhia de Sid Watkins,
médico da FIA (entidade máxima
do automobilismo), ele chegou ao
local do acidente instantes após a
batida, na primeira volta do GP da
Inglaterra, há exatos 13 dias.
E, até que Schumacher fosse levado à ambulância, acompanhou
o trabalho do time de primeiros
socorros, que a organização da
prova escondeu com uma cortina
das câmeras da televisão.
Segundo Dias Ribeiro, 50, que
disputou dez provas na F-1 na década de 70, Schumacher primeiro
recebeu uma "carimbada" da
proteção de pneus, que, diferentemente de outros circuitos, não estava coberta por uma tela.
"O carro penetrou muito na
barreira", disse Ribeiro, ontem na
Áustria. "Se fosse com as regras
antigas da F-1, da época da morte
do (Ayrton) Senna, ele poderia ter
se machucado muito mais."
Em relação a 1994, quando Senna morreu, o regulamento hoje é
mais exigente no quesito segurança. As paredes do cockpit, por
exemplo, são mais altas e espessas, restringindo o movimento da
cabeça dos pilotos.
Se houvesse uma "folga" maior,
Schumacher, segundo Dias Ribeiro, poderia ter fraturado uma vértebra, com o vaivém de sua cabeça no momento da batida.
O segundo impacto sofrido pelo
alemão ocorreu devido a um problema na coluna de direção. Todo
o sistema se soltou com a batida e
acertou a viseira do capacete.
"Até os botões do volante ficaram marcados", detalhou Dias
Ribeiro. "E havia borracha dos
pneus desde a frente do capacete
até a parte de trás."
Os médicos que atenderam
Schumacher no local da batida
entregaram ao brasileiro o capacete do piloto ferrarista.
O acidente de Schumacher no
GP da Inglaterra praticamente o
tirou da disputa do Mundial de
Pilotos. Ele fraturou tíbia e fíbula
da perna direita, foi operado e, na
melhor das estimativas, só voltará
à F-1 no GP da Bélgica, em 29 de
agosto. Assim, perderá, no mínimo, três corridas. Apenas uma sequência de péssimos resultados
de Mika Hakkinen, da McLaren,
o recolocaria na competição.
Ontem, nos primeiros treinos
livres para o GP da Áustria, a
McLaren foi bem. Hakkinen foi o
segundo mais rápido, seguido
por David Coulthard, seu companheiro de equipe. O inglês Damon Hill, da Jordan, foi o melhor.
A Ferrari, que experimenta pela
primeira vez o finlandês Mika Salo no lugar de Schumacher, teve
um péssimo dia em Zeltweg.
Eddie Irvine foi o nono. Salo ficou em 16º, atrás até de Marc Gené e Luca Badoer, a dupla da Minardi, a pior equipe da F-1.
NA TV - Treino oficial para o
GP da Áustria, Globo, ao vivo,
às 9h
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