São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Time, que hoje enfrenta o Inter, só venceu no Campeonato Brasileiro quando foi mais faltoso do que o adversário

"Vilão" da violência, São Paulo joga no Sul

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O "mocinho" da violência que assola o Brasileiro-2002 só se deu bem na competição, na verdade, quando foi o "vilão" da história.
O São Paulo, que hoje enfrenta o Internacional, às 16h, em Porto Alegre, foi mais faltoso que seus adversários nas três vezes em que venceu, quando sempre contou com o meia-atacante Kaká.
Já na única vez que atuou sem o seu maior astro, contra o Juventude, o time cometeu metade das infrações do rival e foi derrotado.
Contra Paysandu, Gama e Paraná, o time do Morumbi, segundo os números do Datafolha, fez, em média, 32 faltas por jogo e sofreu 23. Já contra os gaúchos, foram, respectivamente, 12 e 24.
"O São Paulo não é violento. Tivemos jogadores expulsos ou suspensos assim como as 25 outras equipes que disputam o Brasileiro", diz o técnico Oswaldo de Oliveira, que terá hoje o retorno de Kaká, que apanhou bastante (média de cinco faltas sofridas por jogo), mas foi o jogador que mais colaborou para sua equipe ser mais faltosa do que os adversários nas três rodadas iniciais.
Para o treinador, sua equipe apelou pouco contra o Juventude pelas características da partida. "Esse foi nosso jogo em que o time rival ficou mais recuado. O São Paulo sempre teve que tomar a iniciativa", diz Oliveira.
Kaká, maior revelação do futebol brasileiro nos últimos tempos, tem média, segundo o Datafolha, de 4,7 faltas por partida, marca recorde da equipe e que o coloca entre os 20 jogadores mais violentos de todo o Campeonato Brasileiro.
Dessa forma, deu razão aos três cartões amarelos que recebeu nas três primeiras rodadas.
"Isso não vai mais se repetir", afirmou o meia-atacante, prometendo que não vai mais revidar as faltas dos adversários ou reclamar das marcações da arbitragem.
Hoje, contra o time do Internacional, Kaká deve ter uma ajuda do esquema tático para cumprir sua promessa.
Sem o zagueiro Ameli e o volante Maldonado, Oswaldo de Oliveira deve montar sua equipe no 3-5-2, sistema que já criticou.
Quem deve fazer o papel de líbero é Gustavo Nery, que tem a lateral esquerda como sua posição original. Jean e Júlio Santos seriam os outros zagueiros.
"Com três zagueiros, eu marco menos e posso atacar mais", afirmou Kaká, que prometeu uma vitória no jogo de hoje para homenagear o meia Ricardinho, a nova contratação são-paulina.
A mudança na forma de jogar, entretanto, não agrada a todos os jogadores. "É ruim para o time ficar mudando sempre", afirma o zagueiro Jean. Outra alternativa de Oliveira é manter o 4-4-2, com a entrada de Daniel ou Adriano na vaga deixada pelo suspenso Maldonado no meio-campo.
Uma vitória hoje vai garantir a retomada da liderança do Nacional-2002 para o São Paulo. Isso pelo menos até amanhã, quando o Juventude, primeiro da tabela, enfrentará o Vitória fora de casa.


NA TV - Internacional x São Paulo, ao vivo, às 16h, Sportv (menos para Porto Alegre e RJ) e Globo (só para SP)



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