CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A final de ontem do solo foi a de menor pontuação desde os Jogos de Barcelona-92, quando foi adotado o atual sistema de notas.
A romena Catalina Ponor levou o ouro com 9,750. Se registrasse a mesma pontuação nas três últimas finais olímpicas de solo, conseguiria no máximo um bronze em Sydney-00 -em Barcelona-92, ocuparia o sétimo lugar e, em Atlanta-96, a sexta colocação.
Segundo Yumi Sawasato, única brasileira a arbitrar na ginástica artística nos Jogos, a explicação é simples: as atletas falharam muito no tablado do Ginásio Olímpico.
Apesar de o público ter vaiado algumas notas, entre elas a da chinesa Cheng Fei, Yumi diz que não houve rigor na arbitragem. "Foi seguido o código de pontuação. Mas infelizmente as atletas cometeram muitos erros, como sair do tablado, caso da Daiane dos Santos, cair, como a ucraniana Aline Kozich, e falhas de postura."
Somando as notas de todas as oitos finalistas, a disputa que definiu o pódio do solo em Atenas registrou 74,710 pontos, ficando abaixo de Barcelona-92 (78,798 pontos), Atlanta-96 (78,198) e Sydney-2000 (76,535).
Yumi afirma, entretanto, que o nível técnico da final esteve à altura de um torneio olímpico, já que foram apresentados elementos de alto grau de dificuldade, como o duplo twist carpado, sua versão esticada e a série de mortais da espanhola Patricia Moreno.
Retrato dos descontos efetuados pelos árbitros, só duas atletas melhoraram a pontuação registrada na fase de classificação. E esse mérito foi das romenas: Catalina aumentou 0,63 ponto, e Nicoleta Sofronie, que substituiu a compatriota Ona Ban -contundida-, pulou de 9,525 para 9,562.
Catalina, que ainda levou o ouro na trave e liderou a vitória de seu país por equipes, deixou a Romênia em primeiro entre os 14 países que foram ao pódio, com quatro ouros, três pratas e três bronzes.


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