São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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FUTEBOL
Técnico resolve escalar todos os reforços contra a Ponte Preta no primeiro jogo do time no Pacaembu pela Copa JH
Sem tempo, Corinthians arrisca estréias


LUÍS SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não é o momento ideal. Teria de esperar mais um pouco. Mas não temos tempo."
E não é arriscado?
"Sim, não tem entrosamento ainda. Se a situação fosse outra...mas não temos tempo."
A pressão não vai aumentar?
"Dane-se. Que pressionem. Não posso pensar em mim agora. É o Corinthians. Não temos tempo."
O tempo a que tanto se refere o técnico do Corinthians, Oswaldo Alvarez, são as partidas que faltam para terminar a fase de classificação da Copa JH. Hoje, o time chega à metade do número de jogos previstos no torneio.
A pressão sobre Alvarez, que demonstra irritação ao comentar o assunto, não é só a feita pela torcida, mas também a que ele está sendo submetido pela diretoria.
A exemplo de seus rivais Palmeiras e São Paulo, o Corinthians desmontou a equipe do primeiro semestre. Saíram peças-chaves, como o goleiro Dida, o volante Vampeta e o atacante Edílson.
Para complicar, os que ficaram foram se contundindo. O meia Marcelinho ficou quase um mês fora. O atacante Luizão e o volante Edu se recuperam de cirurgias.
Esses fatos vêm servindo de desculpa para os nove jogos sem vitória, a eliminação na Copa Mercosul e o aproveitamento de pontos de apenas 36,4% na Copa JH.
Enquanto os torcedores reclamavam que o Palmeiras sobrevive na Mercosul e o São Paulo está bem na Copa JH, Carlos Nujud, diretor de futebol do Corinthians, declarava que o técnico só poderia ser cobrado depois que os novos reforços estreassem e até estabeleceu uma data para isso: hoje.
Pois bem, mesmo sem estarem com o condicionamento físico ideal e tendo feito apenas um coletivo juntos, o atacante Muller, o volante Djair, o zagueiro Scheidt e o volante e lateral-direito Rogério vão a campo pegar a Ponte Preta, às 17h, no primeiro jogo do Corinthians no estádio do Pacaembu neste Campeonato Nacional.
Pelo menos isso é o que afirma Oswaldo Alvarez, que busca na qualidade dos reforços a justificativa para assumir o risco de ter quatro jogadores -mais o meia Marcelinho, que volta de contusão- cansados no segundo tempo e só poder substituir três.
Os atletas, ainda empolgados com a vitória por 4 a 1 sobre os reservas no coletivo de anteontem, dizem concordar.
"Quando o elenco é novo, atuar com grandes jogadores, até certo ponto, fica mais fácil", afirmou Muller, que formará dupla de ataque com Fernando.
"Temos totais condições de reagir no campeonato. Com a experiência dos que estão entrando, a confiança é grande", disse o meia Ricardinho.
Já o zagueiro Adílson foi mais prosaico. "Na zaga, não há muito problema de entrosamento. Não importa quem joga, zagueiro tem é de chutar forte como der."
Com os reforços, Oswaldo Alvarez joga uma cartada decisiva, pois, a partir de agora, também terá de conviver com a sombra do técnico do Sport, Émerson Leão, que já disse estar interessado em treinar o Corinthians.



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