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Equipe, lanterna do Brasileiro, se refugia em Jarinu para se livrar das pressões e "unir o grupo"
Palmeiras busca paz no interior
PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A JARINU
Depois de nove jogos sem vitória e com a pior campanha de sua
história no Campeonato Brasileiro, o Palmeiras decidiu se isolar.
O time viajou ontem para Jarinu
(71 km ao norte de São Paulo), onde irá se preparar para enfrentar o
Paysandu, na próxima quinta-feira, no Parque Antarctica.
A decisão de concentrar a equipe num hotel na cidade do interior do São Paulo foi tomada após
a derrota para o Figueirense, no
sábado, em Florianópolis. A princípio, o Palmeiras iria treinar normalmente em seu CT, mas a diretoria e o treinador Levir Culpi optaram pelo isolamento.
Já na concentração em Jarinu, a
delegação recebeu a visita do presidente do clube, Mustafá Contursi, que ficou cerca de uma hora e
meia no local e saiu logo que o
treinamento começou.
A intenção dos palmeirenses,
que, com apenas sete pontos, ocupam a última posição na classificação no Campeonato Brasileiro-2002, é evitar a pressão da torcida.
"Eu acho que a gente não veio
para fugir de ninguém. O lugar é
bom de treinar", afirmou o meia
Zinho, que treinou ontem e tem
chances de voltar a jogar já na
próxima partida.
Segundo o atacante Dodô, os jogadores têm evitado ir a lugares
públicos por causa da cobrança
de torcedores. "Aqui [em Jarinu"
a gente só pensa no jogo com o
Paysandu", afirmou o atleta.
"[Em SP" o jogador tem vergonha de ir a uma panificadora",
exemplificou Culpi. "A gente espera um time mais concentrado."
Outro motivo apontado pelos
jogadores palmeirenses para explicar a viagem a Jarinu foi o de
"unir mais o grupo".
"Aqui nós ficamos 24 horas
vendo um a cara do outro", disse
o lateral-esquerdo Rubens Cardoso. "Neste momento, é válido a
gente ficar fora da pressão."
Boca fechada
Dois dos principais jogadores
da equipe evitaram dar entrevistas ontem após deixarem o treino:
o lateral-direito Arce e o goleiro
Marcos. O paraguaio disse que
iria "fazer tratamento".
Já o goleiro pentacampeão se
negou a falar com os jornalistas.
"Estou muito covarde para falar
hoje", disse o jogador, que tem sido pivô de polêmicas nas últimas
semanas por causa de suas declarações após as derrotas para o Bahia e a Ponte Preta.
Depois de perder para a equipe
baiana (2 a 1 no Parque Antarctica), Marcos cobrou publicamente
mais empenho de seus companheiros. Após novo fracasso,
diante da Ponte Preta (2 a 0, em
Campinas), o goleiro disse que
deveria ser substituído por Sérgio,
o reserva -alegando uma contusão muscular, Marcos acabou não
atuando contra o Figueirense.
De acordo com o técnico Levir
Culpi, o goleiro enfrentará o Paysandu se não voltar a reclamar de
contusão.
Mesmo com a eventual volta de
Zinho, o técnico do Palmeiras deve manter o esquema 3-5-2.
Caso o lateral Arce, que também
participou de uma parte do treinamento, também possa jogar,
Culpi deve escalar Leonardo no
meio, no lugar de Paulo Assunção, suspenso por ter levado o terceiro amarelo.
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