São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Equipe, lanterna do Brasileiro, se refugia em Jarinu para se livrar das pressões e "unir o grupo"

Palmeiras busca paz no interior

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A JARINU

Depois de nove jogos sem vitória e com a pior campanha de sua história no Campeonato Brasileiro, o Palmeiras decidiu se isolar.
O time viajou ontem para Jarinu (71 km ao norte de São Paulo), onde irá se preparar para enfrentar o Paysandu, na próxima quinta-feira, no Parque Antarctica.
A decisão de concentrar a equipe num hotel na cidade do interior do São Paulo foi tomada após a derrota para o Figueirense, no sábado, em Florianópolis. A princípio, o Palmeiras iria treinar normalmente em seu CT, mas a diretoria e o treinador Levir Culpi optaram pelo isolamento.
Já na concentração em Jarinu, a delegação recebeu a visita do presidente do clube, Mustafá Contursi, que ficou cerca de uma hora e meia no local e saiu logo que o treinamento começou.
A intenção dos palmeirenses, que, com apenas sete pontos, ocupam a última posição na classificação no Campeonato Brasileiro-2002, é evitar a pressão da torcida.
"Eu acho que a gente não veio para fugir de ninguém. O lugar é bom de treinar", afirmou o meia Zinho, que treinou ontem e tem chances de voltar a jogar já na próxima partida.
Segundo o atacante Dodô, os jogadores têm evitado ir a lugares públicos por causa da cobrança de torcedores. "Aqui [em Jarinu" a gente só pensa no jogo com o Paysandu", afirmou o atleta.
"[Em SP" o jogador tem vergonha de ir a uma panificadora", exemplificou Culpi. "A gente espera um time mais concentrado."
Outro motivo apontado pelos jogadores palmeirenses para explicar a viagem a Jarinu foi o de "unir mais o grupo".
"Aqui nós ficamos 24 horas vendo um a cara do outro", disse o lateral-esquerdo Rubens Cardoso. "Neste momento, é válido a gente ficar fora da pressão."

Boca fechada
Dois dos principais jogadores da equipe evitaram dar entrevistas ontem após deixarem o treino: o lateral-direito Arce e o goleiro Marcos. O paraguaio disse que iria "fazer tratamento".
Já o goleiro pentacampeão se negou a falar com os jornalistas. "Estou muito covarde para falar hoje", disse o jogador, que tem sido pivô de polêmicas nas últimas semanas por causa de suas declarações após as derrotas para o Bahia e a Ponte Preta.
Depois de perder para a equipe baiana (2 a 1 no Parque Antarctica), Marcos cobrou publicamente mais empenho de seus companheiros. Após novo fracasso, diante da Ponte Preta (2 a 0, em Campinas), o goleiro disse que deveria ser substituído por Sérgio, o reserva -alegando uma contusão muscular, Marcos acabou não atuando contra o Figueirense.
De acordo com o técnico Levir Culpi, o goleiro enfrentará o Paysandu se não voltar a reclamar de contusão.
Mesmo com a eventual volta de Zinho, o técnico do Palmeiras deve manter o esquema 3-5-2.
Caso o lateral Arce, que também participou de uma parte do treinamento, também possa jogar, Culpi deve escalar Leonardo no meio, no lugar de Paulo Assunção, suspenso por ter levado o terceiro amarelo.


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