São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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VÔLEI

Bernardinho não sabe como estreará no Mundial após lesão de 4 titulares

Brasil encerra preparação sem ritmo e sem equipe

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira masculina encerrou ontem sua última série de amistosos preparatórios para a estréia no Mundial de vôlei da Argentina "despreparada".
Por causa das contusões sofridas por quatro titulares na última semana -Maurício, André Nascimento, Nalbert e Giba-, as partidas, que serviriam para dar ritmo de jogo à base da seleção após cerca de três semanas de treinos (desde o vice-campeonato da Liga Mundial), acabaram calibrando as mãos dos reservas.
"Nunca vi uma maré tão ruim. Com essas lesões, nós perdemos a consistência da base do time. Não vamos chegar ao Mundial no nível que tínhamos planejado", afirmou o técnico Bernardinho. "Ainda não sei qual será o time da estréia. Nem sei que condições físicas terão os jogadores que ficaram afastados por alguns dias."
Na última semana, o levantador Maurício sentiu dores na panturrilha, o oposto André Nascimento, no ombro, e Nalbert, que havia tido problemas no ombro, ainda se recupera de um torcicolo.
O caso mais grave foi o de Giba. No último dia 16, o ponta precisou ser internado em uma clínica no Rio por causa de uma inflamação na raiz de um pêlo da coxa. Teve alta na quinta-feira.
Todos os jogadores, com exceção de Nalbert, já estão recuperados, mas pouco atuaram nos amistosos contra a França (sexta e sábado) e o Japão (anteontem e ontem, em jogo que aconteceria após o fechamento desta edição).
Nessas partidas, Bernardinho usou diferentes formações e elogiou a atuação dos reservas.
"É uma virtude poder contar com peças de reposição, que entram e não deixam o nível cair."
A seleção folga hoje, treina amanhã e quinta no Rio e embarca na sexta para Córdoba. A estréia no Mundial será no domingo.
"Agora vamos ter de aproveitar a primeira fase para pegar ritmo de jogo", lamentou André.
Além das lesões, outra preocupação de Bernardinho foi o nível dos testes feitos pela equipe na reta final da preparação.
"Precisávamos ser mais testados. Não conseguimos os amistosos que queríamos", disse.
Para ele, a principal consequência dos problemas enfrentados pelo time na última semana será a ansiedade dos jogadores.
"Eles ficam mais ansiosos, preocupados, tensos... O Nalbert é o que mais preocupa, porque ainda não está recuperado. É difícil lidar com a situação de poder estar fora do time às vésperas de uma competição tão importante", disse.
A ansiedade também atingiu o treinador. Anteontem, em Mogi das Cruzes, após o meio Henrique sentir dores no tendão do pé durante o primeiro jogo contra o Japão, Bernardinho desabafou: "Até quando vamos continuar a ter problemas de contusão?".



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