São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2007

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Fundo do poço

Corinthians cai de novo e agrava crise

Após renúncia de presidente, time perde clássico, põe arqui-rival Palmeiras no G4 e volta para a zona do rebaixamento

Palmeiras 1
Corinthians 0

EDUARDO ARRUDA
RENAN CACIOLI

DA REPORTAGEM LOCAL

Não poderia haver pior pesadelo para o Corinthians. Em meio à maior crise de sua história, que culminou com a renúncia de Alberto Dualib da presidência na sexta, o time colhe em campo reflexos implacáveis da bagunça administrativa.
Ontem, a vitória palmeirense por 1 a 0 no clássico do Morumbi levou novamente a equipe do Parque São Jorge à zona de rebaixamento do Brasileiro.
Com 11 rodadas para o fim do torneio, os corintianos, que elegerão novo presidente em 9 de outubro, terão pouco tempo para salvar uma equipe que, a cada rodada, mostra-se mais frágil, não só pelas limitações técnicas, mas também pela turbulência política do clube.
Ao Palmeiras, restou ontem tumultuar ainda mais o já combalido time alvinegro. Além de afundar o arqui-rival, a equipe do Parque Antarctica voltou ao grupo das quatro equipes que asseguram vaga na Taça Libertadores do ano que vem.
Ontem, após a vitória, a terceira palmeirense sobre o Corinthians neste ano -desde 1963, o time verde não vencia todos os jogos sobre o rival no mesmo ano-, os comandados de Caio Júnior se abraçaram e celebraram com a torcida.
Do outro lado, os corintianos, cabisbaixos, deixavam o gramado tripudiados pelos torcedores adversários, que gritavam o nome de Alberto Dualib.
"Agora vamos ver se o time joga", desabafou o goleiro corintiano Felipe, o melhor em campo ontem à tarde. "O negócio agora é sair dessa situação. Não é simples, mas também não é tão complicado assim", declarou o meia Héverton.
Pelo que o time tem mostrado em campo, porém, pode ser mais complicado do que ele imagina. Ontem, o goleiro Diego Cavalieri não fez uma defesa sequer durante o jogo, tamanha a apatia corintiana em campo.
E, se não fosse Felipe, os palmeirenses teriam deixado o Morumbi com goleada. Ele fez ao menos cinco defesas difíceis. Só não evitou o gol do zagueiro Nen, aos 15min do segundo tempo, em cabeçada.
O time de Zé Augusto, que entrou para atuar nos contragolpes, mostrou-se desorganizado e incapaz de agredir o adversário na maior parte do tempo. O Palmeiras, mesmo sem ter grande atuação, foi melhor durante todo o jogo, com bom posicionamento defensivo e mais consistência na frente.
"Não fosse o Felipe, teríamos obtido um resultado bem melhor", disse o goleiro palmeirense Marcos, reserva ontem.
"Fizemos reunião para falar da importância do clássico. Não queríamos ser escada para o Corinthians sair da crise."

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