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Fundo do poço
Corinthians cai de novo e agrava crise
Após renúncia de presidente, time perde clássico, põe arqui-rival Palmeiras no G4 e volta para a zona do rebaixamento
Palmeiras 1
Corinthians 0
EDUARDO ARRUDA
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Não poderia haver pior pesadelo para o Corinthians. Em
meio à maior crise de sua história, que culminou com a renúncia de Alberto Dualib da presidência na sexta, o time colhe
em campo reflexos implacáveis
da bagunça administrativa.
Ontem, a vitória palmeirense
por 1 a 0 no clássico do Morumbi levou novamente a equipe do
Parque São Jorge à zona de rebaixamento do Brasileiro.
Com 11 rodadas para o fim do
torneio, os corintianos, que elegerão novo presidente em 9 de
outubro, terão pouco tempo
para salvar uma equipe que, a
cada rodada, mostra-se mais
frágil, não só pelas limitações
técnicas, mas também pela turbulência política do clube.
Ao Palmeiras, restou ontem
tumultuar ainda mais o já combalido time alvinegro. Além de
afundar o arqui-rival, a equipe
do Parque Antarctica voltou ao
grupo das quatro equipes que
asseguram vaga na Taça Libertadores do ano que vem.
Ontem, após a vitória, a terceira palmeirense sobre o Corinthians neste ano -desde
1963, o time verde não vencia
todos os jogos sobre o rival no
mesmo ano-, os comandados
de Caio Júnior se abraçaram e
celebraram com a torcida.
Do outro lado, os corintianos,
cabisbaixos, deixavam o gramado tripudiados pelos torcedores adversários, que gritavam o nome de Alberto Dualib.
"Agora vamos ver se o time
joga", desabafou o goleiro corintiano Felipe, o melhor em
campo ontem à tarde. "O negócio agora é sair dessa situação.
Não é simples, mas também
não é tão complicado assim",
declarou o meia Héverton.
Pelo que o time tem mostrado em campo, porém, pode ser
mais complicado do que ele
imagina. Ontem, o goleiro Diego Cavalieri não fez uma defesa
sequer durante o jogo, tamanha
a apatia corintiana em campo.
E, se não fosse Felipe, os palmeirenses teriam deixado o
Morumbi com goleada. Ele fez
ao menos cinco defesas difíceis.
Só não evitou o gol do zagueiro
Nen, aos 15min do segundo
tempo, em cabeçada.
O time de Zé Augusto, que
entrou para atuar nos contragolpes, mostrou-se desorganizado e incapaz de agredir o adversário na maior parte do tempo. O Palmeiras, mesmo sem
ter grande atuação, foi melhor
durante todo o jogo, com bom
posicionamento defensivo e
mais consistência na frente.
"Não fosse o Felipe, teríamos
obtido um resultado bem melhor", disse o goleiro palmeirense Marcos, reserva ontem.
"Fizemos reunião para falar
da importância do clássico. Não
queríamos ser escada para o
Corinthians sair da crise."
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