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Seleção sofre, mas está nas semifinais
Equipe feminina leva seus primeiros gols no Mundial, passa aperto contra as australianas e agora tenta seu maior salto
Claro Cortes IV/Reuters
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A atacante Cristina livra-se de australiana para chutar e fazer o gol que classificou a seleção para as semifinais |
Brasil 3
Austrália 2
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre Pan-Americano e
Mundial da China, sem contar
acréscimos, foram 846 minutos
sem levar gol. A seleção brasileira e a goleira Andréia passaram ontem sustos que havia
muito tempo não viam. Mas, no
final, deu Brasil: 3 a 2 na Austrália e vaga nas semifinais.
A equipe do técnico Jorge
Barcellos deu a impressão que
passearia contras as ""Matildas", como são chamadas as jogadoras da seleção australiana.
Logo no quarto minuto, Formiga acertou precioso chute de
longa distância e abriu o placar.
Antes da metade do primeiro
tempo, Marta convertia um pênalti e fazia história -foi o oitavo gol dela em Mundiais, superando a marca de Sissi, até então recordista de gols do Brasil
na competição. Também foi o
quinto gol de Marta nesta edição -divide a artilharia com a
norueguesa Gulbrandsen.
As estatísticas confirmavam
a grande superioridade sobre o
oponente. No jogo todo, foram
23 finalizações a gol das brasileiras contra quatro das australianas. As ""Matildas" viram o
Brasil ficar com a bola durante
63% do tempo da partida.
Aos 36min, porém, um acidente de percurso. Em uma falha individual de Renata, que
recuou mal uma bola para Andréia, a Austrália descontou a
vantagem. De Vanna passou
pela goleira sem problemas e
apenas rolou para o gol vazio.
A partir daí a seleção mostrou nervosismo e estimulou as
adversárias. No segundo tempo, com esse panorama, o Brasil acabou levando o empate. A
defesa que não tinha levado nenhum gol em seis jogos no Pan
e nos três duelos da primeira
fase do Mundial era vazada pela
segunda vez no jogo. Colthorpe
marcou de cabeça. Isso já aos
23min da etapa complementar.
Quando a situação parecia a
pior possível, a atacante Cristiane fez um dos gols mais bonitos do Mundial. Recebeu na
entrada da área de costas para o
gol e, mesmo com várias adversárias por perto, fez um giro e
acertou um petardo no ângulo
esquerdo da goleira Barbieri.
Foi o quarto gol de Cristiane
no Mundial, o que a deixa também na disputa pela artilharia.
"O jogo estava muito tranqüilo para nós. A Austrália deu
apenas quatro chutes a gol. Teve 50% de acerto", falou Barcellos, o comandante brasileiro.
A Austrália teve uma baixa
importante ainda no primeiro
tempo quando Salisbury, uma
das principais jogadoras da
equipe, saiu contundida.
Na estréia do mata-mata, o
Brasil fez sua pior partida na
competição. Agora, enfrentará
a forte seleção norte-americana, na quinta-feira, buscando
uma inédita vaga na final.
A melhor posição da equipe
em um Mundial foi o terceiro
lugar na edição de 1999, disputada nos EUA. Alemanha e Noruega farão um clássico europeu na outra semifinal. Os EUA
são a maior potência da modalidade, com dois títulos mundiais. A decisão do Mundial
acontecerá no domingo, em
Xangai.(RODRIGO BUENO)
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