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Bancada da bolaCandidatos ligados a clubes põem à prova aprovação dos torcedores nas eleições
THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De hoje até o dia 3 de outubro, data das eleições, serão
apenas três rodadas do Campeonato Brasileiro-2010.
São três partidas para que
alguns candidatos fortemente ligados a clubes que disputam o torneio revertam o desempenho das suas equipes
em votos nas urnas.
Estará em curso um teste
de fidelidade clubística. Será
que boas campanhas alavancam candidaturas? E campanhas ruins, fazem candidatos não serem eleitos?
Alguns postulantes no
próximo pleito, porém, rechaçam a ideia de que só a ligação afetiva com uma agremiação seja capaz de eleger
algum candidato.
Paulo Odone, ex-presidente do Grêmio e novamente
postulante ao cargo no clube
que está na 11ª posição no
Brasileiro, é candidato a deputado estadual no Rio Grande do Sul. Ele diz que não vê
relação entre seu cargo no
clube e sua eleição, porque já
fazia parte da vida pública
antes de participar da direção gremista.
Ele conta também que não
vê com bons olhos quem entra na política só por causa
do futebol e faz uma crítica
ao sistema eleitoral do país.
"Hoje a gente tem no Congresso a bancada da bola, da
igreja, da agropecuária. Isso
acontece porque o nosso sistema eleitoral permite. São
os partidos que saem atrás
dos jogadores, das igrejas,
das corporações, para poder
ter repercussão popular e votos na legenda. Por isso temos as bancadas", afirma.
Para acabar com esse problema, Odone defende que a
votação seja feita no sistema
de listas, onde os eleitores
votam nos partidos, que se
encarregam de escolher a ordem dos candidatos.
"Não pode ser apenas a
preferência pelo clube o critério definitivo na hora de votar", defende Beto Albuquerque, que é conselheiro e assessor da presidência no Inter -clube que conquistou o
bicampeonato da Libertadores neste ano-, e candidato a
deputado federal.
"Prefiro ser eleito por ser o
cara que luta pelo trânsito seguro, pela doação de órgãos,
pela defesa dos agricultores
familiares, coisas que eu luto
há 20 anos", afirmou Albuquerque. Apesar disso, ele
acredita que, neste ano, terá
mais votos que os 174 mil que
teve nas eleições de 2006.
Mas e quando o time está
mal na tabela? Será que isso
abala a votação?
Valdivino de Oliveira, presidente do Atlético-GO, que
ocupa a 17ª posição do campeonato e que está lutando
para não ser rebaixado para a
Série B, não vê uma relação
direta entre campanha do time e votos obtidos nas urnas.
"Acho que eles [torcedores] votam em mim pela gratidão por ter recuperado um
clube cheio de dívidas, que
não ganhava títulos há 18
anos e que ganhou quatro títulos em cinco anos", afirmou Valdivino, que assumiu
o clube em 2006 e é candidato a deputado federal.
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