São Paulo, quinta, 24 de setembro de 1998

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ATLETISMO
COI nega suposto uso de doping
Florence é inocente, diz comitê olímpico

das agências internacionais

O COI (Comitê Olímpico Internacional) reafirmou ontem que seus exames jamais apontaram o uso de qualquer substância proibida pela corredora norte-americana Florence Griffith Joyner, morta na última segunda-feira.
O presidente da comissão médica da entidade, Alexandre de Merode, disse ter sido rigoroso com Florence quando ela bateu os recordes mundiais dos 100 m e dos 200 m, em Seul-88.
"Como circulavam rumores, fizemos todos os exames possíveis. Nunca encontramos nada", afirmou Merode.
O suposto uso de doping é apontado como um dos possíveis causadores da morte da velocista, que tinha 38 anos. Até agora, a autópsia feita no corpo de Florence não conseguiu apontar o que teria matado a corredora.
A defesa de Florence feita pelo comitê olímpico não parece, no entanto, ter diminuído as suspeitas sobre a atleta.
O velocista Carl Lewis, ganhador de nove medalhas de ouro olímpicas, voltou a defender controles antidoping ainda mais rigorosos.
Em seu livro autobiográfico, o norte-americano chegou a incluir Florence entre as possíveis consumidoras de anabolizantes, droga que causa complicações cardíacas.
Médicos europeus também voltaram a questionar os métodos utilizados pelo COI.
"Os controles não conseguem provar que alguém não consome drogas", disse o francês Jean Pierre de Mondenard. "É um procedimento conhecido. A pessoa que utiliza esteróides anabolizantes deixa de fazê-lo três semanas antes de uma competição importante."
Ele classificou o crescimento muscular de Florence antes dos Jogos Olímpicos de Seul como "impossível entre os humanos".
Outro especialista em doping, o médico alemão Werner Franke, também disse estar convencido de que Florence utilizava substâncias proibidas. "Essa morte era previsível", afirmou.



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