São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 2002

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Time toma gol, vira, permite igualdade ao Corinthians, se irrita e chora

Palmeiras só empata e entra em desespero

Ernesto Rodrigues/Folha Imagem
Fabiano Eller faz pênalti em Deivid no momento em que o Palmeiras ainda vencia o jogo por 2 a 1


DIOGO PINHEIRO
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

No jogo de sua vida, o Palmeiras foi à lona de novo e entrou em desespero. Em mais um jogo em sua vida, o Corinthians subiu. Após o empate em 2 a 2, ontem à noite, no Morumbi, o time do Parque Antarctica voltou a ocupar a última colocação no Campeonato Brasileiro, com apenas 20 pontos, enquanto seu arqui-rival agora é o terceiro colocado, com 35 pontos.
O empate deixou os palmeirenses mais próximos do rebaixamento à segunda divisão. E os corintianos, bem próximos da classificação à próxima fase.
A desolação palmeirense estava estampada no rosto dos atletas ao final da partida. Enquanto Marcos descia para o vestiário pedindo o final do ano, o zagueiro Alexandre chorava, sentado nas escadarias do Morumbi. "É uma situação difícil, mas vou até o fim por esse time", afirmava, enquanto olhava faixa de deboche estendida pela Gaviões da Fiel, "lanterna verde na segunda divisão".
Nem o técnico Levir Culpi, sempre com um discurso otimista, disfarçava o desânimo nos vestiários. "É um sentimento de revolta. Se estivéssemos em outra situação, estaríamos comemorando o resultado como eles", justificou.
Os palmeirenses, como esperado, foram recebidos pela torcida corintiana, maioria no estádio, com gritos de "ão, ão, ão, segunda divisão". O jogo começou, mas parecia que o jogo da vida era do Corinthians, e não do rival.
O Palmeiras, acovardado em campo, assistia aos corintianos jogarem. Pela esquerda, ponto forte do time de Carlos Alberto Parreira, acuava o adversário.
Mas foi pelo lado direito que o time conseguiu minar o inimigo. Em boa jogada de Leandro, Gil, o "calo de Arce", recebeu na entrada da área e fuzilou o canto esquerdo de Marcos para abrir o placar logo aos 6min. Mau presságio, o gol corintiano, porém, fez o Palmeiras renascer.
Pelo lado direito, seu ponto forte, o time de Levir Culpi era quem pressionava agora. Mas foi pela esquerda que chegou ao empate, com Itamar, aos 18min.
A partir daí, o Palmeiras impôs seu jogo à base de uma marcação forte (foram 120 desarmes contra 118 do adversário) e velocidade.
No final, entretanto, os palmeirenses cansaram da correria. O Corinthians, ao seu estilo, tocando a bola (foram 392 passes contra 227 do rival), recuperou o domínio da partida.
Com o jogo em um ritmo mais lento no segundo tempo e marcação mais frouxa dos dois lados, as equipes começaram a usar suas principais armas. Kléber, que quase não foi ao ataque no primeiro tempo, apareceu. Deivid quase fez de cabeça. O Palmeiras, então, respondeu com Arce. Depois, Rubens Cardoso perdeu, na pequena área, um gol feito.
A essa altura, as duas equipes pareciam disputar o jogo de suas vidas. Aos 15min, Kléber se apoiou em Muñoz na área. O árbitro Paulo César de Oliveira marcou pênalti. Os corintianos reclamaram. Arce, aos 17min, fez 2 a 1. Parreira, fato raro, foi expulso.
O até então equilibrado Corinthians se descontrolou. E o Palmeiras atacava pela direita. Juninho foi à linha de fundo e cruzou para Muñoz, que chutou. Fábio Luciano salvou de forma espetacular, de cabeça.
Mas os corintianos se recuperaram. E Deivid foi derrubado por Fabiano Eller na área, aos 25min.
Pênalti. Rogério bateu e deixou tudo igual de novo.
Após o novo empate, o Palmeiras, atacava, sempre pela direita, e o Corinthians apostava nos contra-ataques. Mas tudo terminou como começou. Quer dizer, pior para o Palmeiras.



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