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Time toma gol, vira, permite igualdade ao Corinthians, se irrita e chora
Palmeiras só empata e entra em desespero
Ernesto Rodrigues/Folha Imagem
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Fabiano Eller faz pênalti em Deivid no momento em que o Palmeiras ainda vencia o jogo por 2 a 1 |
DIOGO PINHEIRO
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
No jogo de sua vida, o Palmeiras
foi à lona de novo e entrou em desespero. Em mais um jogo em sua
vida, o Corinthians subiu. Após o
empate em 2 a 2, ontem à noite,
no Morumbi, o time do Parque
Antarctica voltou a ocupar a última colocação no Campeonato
Brasileiro, com apenas 20 pontos,
enquanto seu arqui-rival agora é o
terceiro colocado, com 35 pontos.
O empate deixou os palmeirenses mais próximos do rebaixamento à segunda divisão. E os corintianos, bem próximos da classificação à próxima fase.
A desolação palmeirense estava
estampada no rosto dos atletas ao
final da partida. Enquanto Marcos descia para o vestiário pedindo o final do ano, o zagueiro Alexandre chorava, sentado nas escadarias do Morumbi. "É uma situação difícil, mas vou até o fim
por esse time", afirmava, enquanto olhava faixa de deboche estendida pela Gaviões da Fiel, "lanterna verde na segunda divisão".
Nem o técnico Levir Culpi, sempre com um discurso otimista,
disfarçava o desânimo nos vestiários. "É um sentimento de revolta.
Se estivéssemos em outra situação, estaríamos comemorando o
resultado como eles", justificou.
Os palmeirenses, como esperado, foram recebidos pela torcida
corintiana, maioria no estádio,
com gritos de "ão, ão, ão, segunda
divisão". O jogo começou, mas
parecia que o jogo da vida era do
Corinthians, e não do rival.
O Palmeiras, acovardado em
campo, assistia aos corintianos
jogarem. Pela esquerda, ponto
forte do time de Carlos Alberto
Parreira, acuava o adversário.
Mas foi pelo lado direito que o
time conseguiu minar o inimigo.
Em boa jogada de Leandro, Gil, o
"calo de Arce", recebeu na entrada da área e fuzilou o canto esquerdo de Marcos para abrir o
placar logo aos 6min. Mau presságio, o gol corintiano, porém, fez o
Palmeiras renascer.
Pelo lado direito, seu ponto forte, o time de Levir Culpi era quem
pressionava agora. Mas foi pela
esquerda que chegou ao empate,
com Itamar, aos 18min.
A partir daí, o Palmeiras impôs
seu jogo à base de uma marcação
forte (foram 120 desarmes contra
118 do adversário) e velocidade.
No final, entretanto, os palmeirenses cansaram da correria. O
Corinthians, ao seu estilo, tocando a bola (foram 392 passes contra 227 do rival), recuperou o domínio da partida.
Com o jogo em um ritmo mais
lento no segundo tempo e marcação mais frouxa dos dois lados, as
equipes começaram a usar suas
principais armas. Kléber, que
quase não foi ao ataque no primeiro tempo, apareceu. Deivid
quase fez de cabeça. O Palmeiras,
então, respondeu com Arce. Depois, Rubens Cardoso perdeu, na
pequena área, um gol feito.
A essa altura, as duas equipes
pareciam disputar o jogo de suas
vidas. Aos 15min, Kléber se
apoiou em Muñoz na área. O árbitro Paulo César de Oliveira marcou pênalti. Os corintianos reclamaram. Arce, aos 17min, fez 2 a 1.
Parreira, fato raro, foi expulso.
O até então equilibrado Corinthians se descontrolou. E o Palmeiras atacava pela direita. Juninho foi à linha de fundo e cruzou
para Muñoz, que chutou. Fábio
Luciano salvou de forma espetacular, de cabeça.
Mas os corintianos se recuperaram. E Deivid foi derrubado por
Fabiano Eller na área, aos 25min.
Pênalti. Rogério bateu e deixou
tudo igual de novo.
Após o novo empate, o Palmeiras, atacava, sempre pela direita, e
o Corinthians apostava nos contra-ataques. Mas tudo terminou
como começou. Quer dizer, pior
para o Palmeiras.
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