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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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Com Santos na cola, líder vê complô

DA REPORTAGEM LOCAL

Bastaram duas derrotas consecutivas para o Cruzeiro denunciar um suposto complô contra o clube, líder do Brasileiro-2003.
O alvo da ira do time mineiro é o árbitro Rodrigo Martins Cintra, de São Paulo, culpado pelo revés de 1 a 0 sofrido anteontem, no estádio Beira-Rio, diante do Inter.
"O Cruzeiro está incomodando muito, tem amplas condições de ser campeão brasileiro por antecipação, e forças ocultas, fora do futebol, estão tentando nos atrapalhar", afirmou o presidente do clube, Alvimar Perrella.
As reclamações cruzeirenses dizem respeito ao pênalti que decidiu a partida em Porto Alegre, além da expulsão do volante Augusto Recife, que não tinha recebido o cartão amarelo antes de ser excluído da partida por Cintra.
Perrella colocou sob suspeita o trio de arbitragem, todo paulista, já que o Santos disputa o título nacional diretamente com o Cruzeiro -as duas derrotas mineiras diminuíram de 12 para seis pontos sua vantagem na primeira colocação, com oito rodadas ainda a serem disputadas.
"Por que não um trio do Paraná, de Santa Catarina ou do Rio? O que isso nos leva a pensar? Que realmente tem um complô contra o Cruzeiro", afirmou o cartola.
Mais irritado que o dirigente, o técnico da equipe, Wanderley Luxemburgo, disse que espera uma punição ao juiz -o Cruzeiro protocolou uma representação nesse sentido ontem, na CBF.
"Pode apitar até o Simon [Carlos Eugênio Simon, árbitro gaúcho]. O que não pode é o árbitro marcar um pênalti que não existe e expulsar um jogador que não merece. Aí a gente começa a achar estranho. Ele operou o Cruzeiro em Porto Alegre", disse.
Apesar do resultado negativo e da aproximação do Santos, o treinador manteve um discurso otimista após a partida.
"Nada disso irá nos desestabilizar", afirmou Luxemburgo.
Enquanto o Cruzeiro se lamentava, os jogadores do Santos viveram um dia de êxtase ontem em Curitiba, para onde a delegação rumou diretamente após a goleada de 7 a 4 aplicada no Bahia, anteontem à noite, em Salvador.
Amanhã, o time enfrentará o Coritiba, no Couto Pereira.
O mais festejado foi o atacante Robinho, autor de dois gols na partida na Bahia -o primeiro, um belo chute por cobertura.
Neste ano, pela primeira vez, ele exibiu performance comparável à da decisão do Brasileiro-02, quando o Santos foi campeão.
"Não perdi a qualidade que sempre tive. Sei que dei uma caída, mas sempre tive o apoio dos companheiros", afirmou.
A última vez que o Santos havia anotado sete gols em um único jogo tinha sido em março de 2000, pelo Paulista, nos 7 a 2 sobre o Araçatuba, na Vila Belmiro.
"Só em futebol de salão eu tinha disputado um jogo com tantos gols", disse o meia Diego, que fez dois e foi o principal coadjuvante de Robinho na goleada.
"Quando nossas estrelas brilham como é habitual, o resultado não pode ser outro", declarou o técnico Emerson Leão, que hoje define o time que vai escalar após treino no CT do Atlético-PR.


Colaborou a Agência Folha, em Santos


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