São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Brasileiro vê 3º encontro dos rivais em 15 dias; Santos zen quer "jogar bola", enquanto São Paulo fala em vingança

Trilogia de "San-Sãos do ódio" acaba hoje

EDUARDO ARRUDA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Morumbi vê hoje, às 16h, o desfecho de uma trilogia marcada por farpas, humilhação e ódio.
O terceiro jogo entre São Paulo e Santos neste mês é pelo Brasileiro, mas tem como foco as cicatrizes que o time da capital criou nos dois duelos pela Sul-Americana.
Na taça que o Santos sempre esnobou, o clube do Morumbi viu seus titulares caírem diante de reservas em jogos que não tiveram bons exemplos de "fair play": cusparadas (Lugano em Preto Casagrande), comemorações provocativas (Rodrigo), cabeçadas e expulsões (Fabão e Ávalos).
Desta vez, a revanche são-paulina terá pela frente os titulares do Santos, chamados anteontem de "celebridades" por Emerson Leão, e pode valer aos litorâneos seu objetivo mais caro: a liderança do Brasileiro, que pode ser alcançada até com um empate hoje, graças à derrota do Atlético-PR ontem para o Palmeiras.
No Santos, ninguém cutuca a "onça" são-paulina. O discurso dos pupilos do técnico Vanderlei Luxemburgo é uníssono e bem ensaiado. "Vamos entrar em campo para jogar bola" era a frase dita pelo treinador, pelo meia Ricardinho e pelo atacante Deivid.
Enfrentar um velho rival pela terceira vez em duas semanas facilita ou dificulta? "É sempre complicado", responde o técnico. "Tem que ser duro, não tem que ter moleza, é normal", diz Deivid.
Para Ricardinho, que saiu sem deixar saudades do São Paulo para jogar no Santos, sua primeira volta ao Morumbi como adversário "é apenas mais um jogo".
Então o Santos só pensa no Atlético-PR? Nananinanão. A julgar pelos seus titulares, o Santos, que se preparou por três dias num resort da tranqüila cidade de Atibaia (SP), é hoje um time zen.
"Se o Atlético, que está à nossa frente, ganhar todas as partidas que lhe resta, nós só vamos poder dar os parabéns. Ou seja, não dá para pensar neles", disse Deivid, antes de saber o resultado de Palmeiras x Atlético-PR, ontem.
É aquilo: quem bate esquece, mas quem apanha sempre se lembra. No São Paulo, as espinhas do peixe ainda estão entaladas.
"Estamos engasgados com o Santos. A cobrança é muito grande. Precisamos quebrar esse tabu", diz o atacante Diego Tardelli.
Embora o técnico Leão tenha orientado seus atletas a não provocar os rivais, nem ele mesmo agüentou. Diz que as "celebridades" não são favoritas hoje.
O zagueiro Rodrigo, que festejou seu gol na quarta-feira imitando a pescaria de um peixe, diz não se arrepender. "O Diego [em 2002] comemorou em cima do nosso símbolo." E vai além: "Tudo o que fazem vai se somando e é levado para o jogo seguinte".
Nem o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, se conteve. "Quando vamos à Vila Belmiro eles nos colocam em um camarote atrás do gol. Eles vêm ao Morumbi e cedemos uma tribuna no meio do estádio, com toda a mordomia. Isso acontece porque a Vila é um projeto de estádio, e o Morumbi é um estádio."


NA TV - Globo e Record, às 16h, apenas para São Paulo


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