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FUTEBOL
Corinthians x São Paulo marcado por rusgas terá vigilância no metrô
Jogadores trocam farpas, e PM põe esquema à prova
DA REPORTAGEM LOCAL
Troca de farpas entre jogadores
dos dois times, a morte de três
torcedores em menos de 24 horas
e a rivalidade tradicional de um
clássico São Paulo x Corinthians
levaram a Polícia Militar montar
um megaesquema de segurança
para a partida de hoje.
E o palco da ação não será só o
estádio do Morumbi e seu entorno, mas sim toda a cidade, numa
operação que terá início às 8h,
com policiamento reforçado nas
estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) -um palmeirense
morreu no último dia 16 na estação Tatuapé (zona leste). Ao todo,
serão 2.500 policiais em ação.
"O clássico acontece num momento conturbado. Estamos
usando o esquema tradicional de
clássicos, mas com um efetivo
maior [2.500 policiais] e que vai
atingir um raio de ação mais
abrangente fora do estádio", disse
o tenente-coronel Luís Fernando
Serpa, do 2º Batalhão de Choque.
Na rodada de anteontem, ele
testou o esquema que irá implantar hoje e considerou o resultado
positivo. "Fizemos três grandes
eventos, com o jogo do Corinthians no Pacaembu, da Portuguesa no Canindé, e do clássico
no Morumbi."
As principais vias da cidade, como Paulista, Consolação, Francisco Morato, Juscelino Kubitschek e
Morumbi terão atenção especial.
Se fora de campo a segurança
está à prova, dentro dele os nervos
estarão acirrados após provocações de ambos os lados, de São
Paulo e Corinthians.
O primeiro passo foi dado pelo
meia Roger, que comparou o São
Paulo ao Paysandu. "Não quis
provocar ninguém. Disse apenas
que os três pontos disputados
contra o São Paulo são os mesmos
disputados contra Paraná e Paysandu", afirmou, depois, tentando atenuar a declaração.
Pelo lado são-paulino, o meia
Souza, que não enfrentou o Santos anteontem por estar suspenso,
também deu sua cutucada nos rivais. Segundo o jogador, os corintianos terão a última chance de
tentar vencer o São Paulo neste
ano graças ao cancelamento de 11
partidas imposto pelo Superior
Tribunal de Justiça Desportiva.
"Chegou a hora de alguém vencer o Corinthians. Eles foram os
mais favorecidos com a anulação
dos jogos. Não sei se isso foi proposital ou não", disse o atleta.
O momento é tão crítico que
Souza ficou sem graça ontem
quando um jornalista comparou
a estampa de sua camisa a um gavião, símbolo da torcida rival.
"Não, isso não é um gavião",
afirmou o meia. Em seguida,
emendou: "O que vale é a camisa
que uso no campo. Vermelha,
preta e branca."
Sem jogar desde a vitória de 6 a 1
sobre o Flamengo, o jogador deu
o tom de seu ânimo para a partida. "A minha vontade para esse
jogo está triplicada."
As provocações ganharam também força entre os dirigentes. Andrés Sanchez, vice de futebol corintiano, tratou de atiçar a rivalidade ao atacar o superintendente
do arqui-rival, o médico Marco
Aurélio Cunha. "A única maneira
de ele aparecer é falando do Corinthians, que dá audiência. Ele
tem que falar mais do São Paulo e
menos do nosso time", disse.
As suspensões de resultados do
Campeonato Brasileiro no tribunal também provocaram reação
do goleiro são-paulino Rogério.
"Se o Giovanni [do Santos] pegou cinco partidas por ter chutado uma bola para fora, posso pegar cinco anos se falar o que penso."
(RODRIGO BUENO E TONI ASSIS)
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