São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

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"Chega de ser tapa-buraco", diz Massa

Fernando Donasci/Folha Imagem
Felipe Massa, durante entrevista na noite de ontem, no hotel paulistano que recebeu a Ferrari


Depois de vencer o GP Brasil, anteontem, ferrarista fala que não fará mais jogo de equipe com a chegada de Raikkonen

Brasileiro festeja fim do jejum de triunfos nacionais em casa com Schumacher, em festa exclusiva da Ferrari que termina de madrugada

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um Felipe Massa muito mais incisivo apareceu ontem em São Paulo, um dia depois de acabar com o jejum de 13 anos sem vitórias de pilotos brasileiros no GP Brasil, Felipe Massa disse que está pronto para tentar ser campeão no ano que vem. "Não sei se estou maduro para isso, mas vou tentar", afirmou.
"Não gosto de ficar prometendo coisas. Sei que as pessoas vão me cobrar, que a pressão vai ser maior, mas acho que o que acontecer no final do campeonato vai ser reflexo do que eu tiver feito. O que eu mais quero é lutar para isso. Mas é claro que dependo da sorte, do carro, são vários fatores."
Com a aposentadoria de Michael Schumacher, que fez sua última corrida em Interlagos, o brasileiro fará dupla em 2007 com o finlandês Kimi Raikkonen. Mas diz que não será mais segundo piloto. "Acho que já tapei todo buraco que deveria. Agora chega. A partir de agora acabou o jogo de equipe. Não me vejo levantando o pé para deixar o Kimi passar como aconteceu neste ano", falou.
"Acredito que não vai haver mais primeiro piloto na Ferrari a partir de agora. O Kimi vai ser muito bem tratado quando chegar, mas tratamento igual ao do Schumacher com certeza ele não vai ter", disse Massa.
A vitória de anteontem, em Interlagos, foi a segunda do brasileiro em sua primeira temporada com a Ferrari -ganhou também o GP da Turquia, em agosto. "Quando assinei com a equipe, sabia que este ano seria de aprendizado, sabia que vinha para tapar buraco e ser segundo piloto. Acho que às vezes a gente tem que jogar o jogo pra depois colher o resultado", falou. "Deu certo, acho que tapei buraco direitinho."
Sobre Schumacher, disse que aprendeu muito com o alemão e que ele fará falta na escuderia no ano que vem. "Ele me ensinou que trabalhar em cima do talento que você tem é o que te faz crescer e ser um piloto melhor", disse. "O Schumacher tem muita experiência e sabe dizer exatamente o que precisa mudar no carro. Acho que isso a gente precisa pegar para o time e levar para o ano que vem."
Sua primeira noite após a corrida, anteontem, foi bastante agitada. Depois de deixar Interlagos às 18h30, Massa foi para casa e assistiu ao final da prova na TV. Depois, às 21h30, foi para a Casa Fasano, onde aconteceu uma festa exclusiva da Ferrari para funcionários e patrocinadores. O piloto chegou acompanhado pela família, pela namorada, Raffaela Bassi, e por Schumacher, que também levou seu entourage.
Embalados pelas bandas Quasímodo e Tech Samba, os pilotos dançaram muito. No meio da noite, subiram ao palco para brincar, acompanhados de Jean Todt, diretor esportivo da equipe, Ross Brawn, o diretor técnico, e Luca Badoer, piloto de testes. Todos usavam perucas e óculos de brincadeira.
Mais tarde, depois de se esbaldar na pista com sucessos dos anos 70, Schumacher voltou ao palco para agradecer à Ferrari pelos dez anos em que trabalharam juntos. A comemoração só acabou na madrugada. Massa foi dormir às 4h30.
Ontem, o dia foi bem mais tranqüilo. Passou o dia na casa da namorada, onde almoçou, concedeu entrevistas e participaria da gravação do programa "Bem Amigos", do Sportv.


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