São Paulo, Quarta-feira, 24 de Novembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Treinador tenta provar que comanda time na última partida das quartas-de-final, contra o Guarani
Corinthians fala e joga para avançar

Jorge Araújo/Folha Imagem
Com dores na coxa direita, o zagueiro João Carlos, cortado do time, cai durante o treino de ontem


MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

Na véspera do jogo que decidirá uma vaga às semifinais do Brasileiro-99, o técnico Oswaldo de Oliveira quis provar que ainda detém o comando do Corinthians e exigiu que os jogadores rompessem a ""lei do silêncio", voltando a falar com a imprensa ontem.
Desde a última sexta-feira, os jogadores vinham se recusando a dar entrevistas. Só falaram domingo, após a vitória de 2 a 0 sobre o Guarani, que assegurou ao time a possibilidade de perder pelo mesmo placar hoje à noite, no Morumbi, para se classificar.
Como foi líder da primeira fase, o Corinthians joga com a vantagem do empate, resultado do primeiro jogo das quartas-de-final, que terminou em 0 a 0.
""Fiz uma reunião com o grupo e determinei aos jogadores que voltassem a falar. Essa "lei do silêncio" interessou até certo momento, enquanto não havia dúvida no time sobre a decisão", tentou explicar Oliveira no treino de ontem.
Ele deixou transparecer a preocupação com a imagem de um técnico sem pulso firme, dominado e sem controle sobre o seu próprio time, gerada pelo episódio.
""Não gosto de legislar em causa própria. Vocês que tirem a conclusão se a liderança está ou não nas minhas mãos", afirmou.
Em suas primeiras declarações após a ""greve", os jogadores faziam questão de ressaltar a autoridade de Oliveira.
""Tivemos de acatar a ordem do Oswaldo porque ele é o comandante. Nossa obrigação é jogar bola. E vocês (da imprensa) têm que falar de nossa vida em campo, e não fora dele", afirmou o meia-atacante Marcelinho, confirmando que a ""lei do silêncio" foi em represália a reportagens mostrando a participação de jogadores corintianos em festas noturnas.
""Nosso técnico é a autoridade maior no Corinthians. Por isso, tivemos de aceitar o que ele decidiu", disse César Prates, que deve voltar ao time, na vaga de Índio, após cumprir suspensão.
Para o atacante Dinei -que, mesmo com o provável retorno de Luizão, deve ter lugar no time no segundo tempo-, a ordem de Oliveira não pode sequer ser discutida pelo grupo. ""Ele é o comandante e tem sempre razão."
""O Oswaldo, enfim, teve voz de mando. Só ele podia acabar com essa situação", disse Rincón.
O volante Vampeta e o atacante Edílson, que lideraram a ""greve", saíram do treino sem falar, enquanto Oliveira tentava se convencer de que o episódio acabou apresentando um lado positivo.
""Serviu para unir os jogadores. O grupo nunca esteve tão forte como agora. Diante disso, vai ser difícil o Guarani conseguir fazer três gols sem que o Corinthians faça nenhum", afirmou.
Ele admitiu a possibilidade de jogar pelo regulamento, mudando a característica tática ofensiva do Corinthians hoje.
""Se não conseguirmos boas jogadas para atacar, vamos jogar para manter a vantagem." A estratégia será esperar o Guarani, buscando os contra-ataques.
Segundo o treinador corintiano, será um jogo de cautela, como o primeiro das quartas-de-final.
O mistério sobre o time que começa jogando hoje será uma das armas do Corinthians.
Oliveira disse que só vai confirmar prováveis mudanças nas laterais e no ataque, com o retorno de Luizão, momentos antes do início da partida. ""O Carlos Alberto Silva (técnico do Guarani) terá de preparar a sua equipe em função da minha. Por isso, só os atletas vão saber quem vai jogar ou não."
""O Luizão treinou bem nos últimos dois dias, mas só vou decidir se ele entra após observar sua reação antes do jogo", completou.
Mesmo na zaga, com a impossibilidade de escalar João Carlos, contundido ontem (leia texto nesta página), ele não quis confirmar a entrada de Márcio Costa, o mais provável, lembrando que Luciano também é uma opção.


Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.