São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Parreira e seus comandados vangloriam Atlético, rival do 1º mata-mata

Humilde, Corinthians diz que empate em MG satisfaz

MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A JARINU

O Corinthians se satisfaz hoje com um empate em Belo Horizonte com o Atlético-MG, no primeiro jogo da série pelas quartas-de-final do Brasileiro. Palavra de Carlos Alberto Parreira e da maioria dos atletas, que acreditam que o confronto com o rival será o mais equilibrado desta fase.
"Um ponto lá nos deixa próximos da vaga", disse o técnico da equipe, que, terceira colocada na fase de classificação, tem a vantagem de jogar pela igualdade no saldo de gols nas duas partidas.
"Já ganhamos deles lá este ano, mas eram outras circunstâncias [na estréia do campeonato, por 2 a 1]. Sabemos do potencial deles e vamos lá para não perder", afirmou o meia Renato.
"Um empate lá [em Belo Horizonte" não será mal resultado de jeito nenhum. O Atlético é um adversário poderosíssimo", declarou o atacante Guilherme.
O receio corintiano não casa com o desempenho da equipe até aqui. O Corinthians foi melhor nos jogos fora de casa do que naqueles em que jogou no Pacaembu durante a fase de classificação.
O time do Parque São Jorge conquistou 58,3% dos pontos que disputou na casa dos rivais, a segunda melhor média do torneio, enquanto que em São Paulo a porcentagem de pontos ganhos foi de 56,4% -18ª marca, uma acima do Palmeiras, 53,8%.
"O rendimento da equipe foi equilibrado. Perdemos pontos bobos no Pacaembu", analisou o zagueiro Fábio Luciano.
O bom rendimento do Corinthians fora de seus domínios também não impressiona o técnico.
"Queremos ganhar, isso é lógico. Mas não podemos nos desesperar caso tomemos um gol lá. Sabemos que, no final dos 180 minutos, o empate nos favorece. Temos essa vantagem. O empate seria um grande resultado", reafirmou Parreira, que nada mudará em sua equipe para pegar o tão elogiado Atlético.
O 4-3-3 será mantido, apesar do 3-5-2 do técnico Geninho. Como normalmente faz, Parreira minimizou a desvantagem numérica no meio-campo e afirmou: "Quem quiser que venha nos tomar a bola. Não mudamos o jeito de jogar por causa dos outros times. Impomos o nosso ritmo".
Mas o "desprezo" do corintiano não encontrou eco nos seus subordinados. Os jogadores chegaram a se desentender no coletivo de anteontem, que simulou a partida de hoje, por causa do péssimo desempenho: os reservas, que atuaram no 3-5-2, levavam grande vantagem sobre os titulares.
"Foi um bom exercício para sabermos bem a pressão que vamos sentir no Mineirão", disse o zagueiro Anderson.
O lateral Rogério criticou o velado pessimismo corintiano. "Também não podemos abaixar a cabeça. Temos que jogar."
O poderio corintiano foi sobrevalorizado por Geninho, que não acredita na versão pessimista dos paulistas. O técnico do Atlético disse que o Corinthians é o favorito do confronto e torce para que a sua equipe ganhe hoje, mesmo que por pouca diferença.
"Não podemos ser gananciosos. Eles têm um time fantástico. Nosso objetivo é apenas vencer, para forçá-los a sair para o jogo da quarta-feira", disse Geninho.
O técnico também espera que os problemas com as contusões estejam solucionados para a segunda partida do mata-mata.
Dois zagueiros titulares desfalcarão o Atlético hoje e são as preocupações do técnico: Nem e Batata, ambos lesionados, não têm data para retornar ao time, segundo o departamento médico.
Além disso, três reservas não estarão à disposição de Geninho para o jogo no Mineirão -o zagueiro Paulão e o volante Genalvo, suspensos, e o zagueiro Edgar, que se recupera de contusão.


Com a Agência Folha, em Belo Horizonte
NA TV - Globo (menos para MG), ao vivo, às 16h


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