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Plano B dá Copa Davis à Espanha
Em partida em que os dois números um foram substituídos, Verdasco bate Acasuso e sela conquista
Mesmo após o desfalque de Nadal, europeus encerram
invencibilidade de dez anos
de argentinos e ganham 1º
título fora de seus domínios
DA REPORTAGEM LOCAL
A Espanha tinha tudo contra.
Jogava na casa do adversário,
desfalcada de seu principal tenista e com o número dois em
má fase. Mas precisou de apenas quatro jogos para derrotar
a Argentina e conquistar o seu
terceiro título da Copa Davis.
Ontem o espanhol Fernando
Verdasco, preterido pelo capitão Emilio Sanchez Vicario para o primeiro dia do confronto,
derrotou o argentino Jose Acasuso, cotado para atuar somente nas duplas, por 3 sets a 2
(6/3, 6/7, 4/6, 6/3 e 6/1).
"O plano B funcionou", disse
o capitão espanhol, que anunciou que vai deixar o cargo.
"Iniciei uma etapa há três anos
e agora encerro um ciclo."
A partida que definiu o título
foi bem diferente da imaginada
pelos capitães das duas equipes
no sorteio das partidas, realizado na última quinta-feira.
O argentino Alberto Mancini
sacou seu número um, Juan
Martin del Potro (nono do
mundo), que sofreu uma contratura muscular na coxa direita na derrota para Feliciano Lopez na sexta-feira e não conseguiu se recuperar plenamente.
"Nós não quisemos nos arriscar a entrar no jogo e, depois de
dois ou três sets, ser obrigado a
desistir por causa da contusão",
afirmou Del Potro.
Entrou Acasuso (48º), escalado inicialmente para atuar
em duplas ao lado de Agustin
Calleri, mas que foi sacado para
dar lugar a David Nalbandian.
Sanchez Vicario também
substituiu seu número um. Em
má fase, David Ferrer (12º), que
havia sido atropelado por Nalbandian na sexta-feira, deu lugar a Verdasco (16º).
Acasuso começou nervoso,
perdeu seu serviço no sexto game e permitiu que Verdasco fechasse o set inicial em 6/3.
O argentino se recuperou na
segunda parcial e venceu no
tie-break. Ele impôs bom ritmo
no terceiro set e, empurrado
pela torcida, parecia que iria levar a definição do confronto
para a quinta e última partida,
na qual Nalbandian aparecia
como favorito contra Lopez.
Acasuso, porém, permitiu o
empate e, apesar de o rival ter
disputado uma partida de duplas de mais de três horas no
dia anterior, parecia muito
mais cansado que o espanhol.
Após receber atendimento
médico, com massagens no abdome, Acasuso não conseguiu
impor muita resistência a Verdasco no quinto set.
"Na Davis, você precisa lutar
até a morte e sempre manter
sua esperança de vitória", afirmou Verdasco. "A força mental
me ajudou a vencer a partida."
O resultado levou a Espanha
ao segundo posto do ranking da
Davis, atrás da Rússia, e selou
uma conquista que se mostrava
cada vez mais difícil com o desenrolar dos acontecimentos.
Os argentinos estavam invictos em seus domínios desde
1998 (13 confrontos), e a Espanha nunca havia triunfado fora
de casa numa decisão da Davis
-além dos dois títulos, em
2000 e 2004, a equipe foi derrotada três vezes na Austrália.
Além disso, os anfitriões da
decisão escolheram uma quadra rápida e coberta na tentativa de neutralizar o principal tenista espanhol, Rafael Nadal,
número um do mundo e quase
imbatível no saibro, que acabou
fora do confronto por lesão.
"Foi espetacular", afirmou
Nadal à televisão espanhola.
"Vencer fora é difícil em qualquer situação. Contra a Argentina, diante da torcida deles e
na superfície escolhida por
eles, sinceramente isto é história. É algo inesquecível."
O líder do ranking foi lembrado pelo companheiros, assim como outros tenistas que
participaram da campanha.
"Graças ao Rafa chegamos à
final. Saudações a ele, ao
Tommy [Robredo] e Nico [Almagro], que são parte disso
também", disse Verdasco.
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