São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 2006

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Mulheres apuram os punhos para ir à Olimpíada

Sucesso de Mundial reforça lobby feminino para tentar desbravar última fronteira dos Jogos restrita aos homens

Associação de Boxe Amador não conseguiu pôr lutadoras em Pequim-08, mas pode ter êxito para 2016 graças à mudança de regra do COI

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cada vez mais presentes na Olimpíada, as mulheres lutam para invadir o último território restrito aos homens: o boxe.
A Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) encampou o projeto e defende a entrada das mulheres nas arenas a partir dos Jogos de 2016 -a programação para Pequim-08 e Londres-12 está fechada.
"Elas estão ansiosas para subir ao ringue em uma Olimpíada", afirma Caner Doganeli, secretário-geral da Aiba.
No masculino, o boxe teve sua primeira aparição em 1904, na terceira edição das Olimpíadas modernas. Atualmente, a modalidade dispõe de 286 vagas em 11 categorias de peso.
As mulheres ainda estão distantes dessa representatividade, apesar dos avanços. No mês passado, a Aiba promoveu em Nova Déli (Índia) o 4º Mundial feminino, que teve a participação de 178 atletas de 33 países.
"O boxe feminino hoje é uma realidade e foi fortalecido com a primeira edição do Mundial, realizada nos EUA, há seis anos", defende o dirigente.
A estratégia da Aiba passa agora pela entrada do esporte nos Jogos da Comunidade Britânica de 2010, mais abertos a novidades, que também serão realizados em Nova Déli.
Esse seria o primeiro passo para chegar à Olimpíada. "Incluir as mulheres no boxe olímpico é nosso objetivo final", diz Gilda Antzel, dirigente da Aiba.
O lobby já é antigo. A associação internacional tentou colocar as mulheres para lutar já em Pequim-08, com a disputa de quatro categorias restritas a 32 lutadoras. O pedido foi negado.
Uma mudança no regulamento do Comitê Olímpico Internacional, no entanto, aumentou a chance de a reivindicação feminina ser atendida.
Até o ano passado eram necessários dois terços dos votos dos membros do Comitê Executivo da entidade para incluir ou retirar esportes da programação olímpica. Essa foi a regra seguida para a expulsão do beisebol e de sua versão feminina, o softbol, dos Jogos de 2012.
Agora, basta maioria simples para ratificar a mudança. As limitações impostas pelo COI, preocupado com o gigantismo do evento, é que não haja mais que 28 esportes -em Londres-12 serão 26 modalidades- , com limite de 10.500 atletas. O próximo round será daqui três anos, em Copenhague.


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