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Mulheres apuram os punhos para ir à Olimpíada
Sucesso de Mundial reforça lobby feminino para tentar desbravar última fronteira dos Jogos restrita aos homens
Associação de Boxe Amador não conseguiu pôr lutadoras em Pequim-08, mas pode ter êxito para 2016 graças
à mudança de regra do COI
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada vez mais presentes na
Olimpíada, as mulheres lutam
para invadir o último território
restrito aos homens: o boxe.
A Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) encampou o projeto e defende a
entrada das mulheres nas arenas a partir dos Jogos de 2016
-a programação para Pequim-08 e Londres-12 está fechada.
"Elas estão ansiosas para subir ao ringue em uma Olimpíada", afirma Caner Doganeli, secretário-geral da Aiba.
No masculino, o boxe teve
sua primeira aparição em 1904,
na terceira edição das Olimpíadas modernas. Atualmente, a
modalidade dispõe de 286 vagas em 11 categorias de peso.
As mulheres ainda estão distantes dessa representatividade, apesar dos avanços. No mês
passado, a Aiba promoveu em
Nova Déli (Índia) o 4º Mundial
feminino, que teve a participação de 178 atletas de 33 países.
"O boxe feminino hoje é uma
realidade e foi fortalecido com
a primeira edição do Mundial,
realizada nos EUA, há seis
anos", defende o dirigente.
A estratégia da Aiba passa
agora pela entrada do esporte
nos Jogos da Comunidade Britânica de 2010, mais abertos a
novidades, que também serão
realizados em Nova Déli.
Esse seria o primeiro passo
para chegar à Olimpíada. "Incluir as mulheres no boxe olímpico é nosso objetivo final", diz
Gilda Antzel, dirigente da Aiba.
O lobby já é antigo. A associação internacional tentou colocar as mulheres para lutar já em
Pequim-08, com a disputa de
quatro categorias restritas a 32
lutadoras. O pedido foi negado.
Uma mudança no regulamento do Comitê Olímpico Internacional, no entanto, aumentou a chance de a reivindicação feminina ser atendida.
Até o ano passado eram necessários dois terços dos votos
dos membros do Comitê Executivo da entidade para incluir
ou retirar esportes da programação olímpica. Essa foi a regra seguida para a expulsão do
beisebol e de sua versão feminina, o softbol, dos Jogos de 2012.
Agora, basta maioria simples
para ratificar a mudança. As limitações impostas pelo COI,
preocupado com o gigantismo
do evento, é que não haja mais
que 28 esportes -em Londres-12 serão 26 modalidades- ,
com limite de 10.500 atletas. O
próximo round será daqui três
anos, em Copenhague.
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