São Paulo, Terça-feira, 25 de Janeiro de 2000


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O melhor do mundo

Reuters
Rivaldo (esq.) é aplaudido pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, na entrega do prêmio de melhor do ano, ontem, em Bruxelas



Meia-atacante do Barcelona supera com facilidade Beckham e Batistuta e torna-se o 3º jogador brasileiro a levar o prêmio


das agências internacionais

O meia-atacante brasileiro Rivaldo, 27, do Barcelona, é o melhor jogador do mundo.
Em eleição organizada pela Fifa com 140 técnicos de seleções nacionais, que teve seus resultados anunciados ontem, em Bruxelas, na Bélgica, o brasileiro superou o inglês David Beckham, do Manchester United (Inglaterra), e o argentino Gabriel Batistuta, da Fiorentina (Itália).
Entre os 140 eleitores, que foram proibidos de votarem em atletas de seus países, 91 votaram em Rivaldo como o melhor jogador da temporada passada. Beckham recebeu 18 votos e Batistuta teve apenas cinco.
No total, com as indicações recebidas para o segundo ou terceiro lugar na lista de cada treinador, o brasileiro teve 543 pontos, contra 194 do meia inglês e 79 do atacante argentino.
Além do jogador do Barcelona, o futebol brasileiro teve outros dois atletas na lista dos 15 melhores -Roberto Carlos, em 12º, e Ronaldo, em 15º.
Com Rivaldo, o Brasil tem um jogador escolhido como o melhor do mundo pela Fifa pela quarta vez -a entidade que controla o futebol mundial faz a eleição desde 1991. Antes, Romário, na temporada de 1994, e Ronaldo, em 1996 e 1997, haviam sido eleitos.
Nenhum outro país conseguiu consagrar um jogador como o melhor do mundo por mais de uma oportunidade.
Durante a premiação, realizada no Palais des Congrès, Rivaldo mostrou felicidade, mas não escondeu que está preocupado com seu futuro.
"É a melhor coisa que me aconteceu na vida de jogador. É a recompensa de um trabalho sacrificante de todos os dias", afirmou o jogador, que já havia recebido a Bola de Ouro da revista francesa "France Football" e de jogador do ano da revista inglesa "World Soccer".
Rivaldo, que voltou a afirmar sua intenção de cumprir seu contrato com o clube catalão até o final (2002), criticou a indecisão dos dirigentes do Barcelona.
"Espero um sinal dos dirigentes. Quero que me digam para ficar tranquilo, que cumprirei meu contrato até o final. Mas este sinal não chega e temo que nunca chegará", disse o jogador, que chegou a ficar na reserva do time espanhol em alguns jogos no final do ano passado depois de não aceitar a determinação do técnico Louis Van Gaal para jogar fixo pelo lado esquerdo do campo.
Com a escolha de Rivaldo, fica provado que, para conseguir o título de melhor jogador do mundo, é preciso atuar no futebol espanhol ou no italiano.
Todos os eleitos pela Fifa até hoje atuavam em um dos dois países na temporada em que foram eleitos. Os clubes da América do Sul, por exemplo, nunca tiveram jogadores indicados para a disputa.
Para Rivaldo, jogar no Barcelona, que tem um jogador seu eleito como o melhor do mundo pela terceira vez -Romário e Ronaldo foram os outros-, realmente foi decisivo para a sua escolha como melhor futebolista de 1999.
"Tenho a sorte de jogar em uma grande equipe. Isso me permite jogar, brilhar e ganhar títulos, o que acaba me diferenciando. Em outro clube, seria mais difícil", disse o brasileiro, que tem planos ambiciosos para o futuro.
"Quero continuar por cima e ganhar títulos", afirmou o melhor jogador do mundo.


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