São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2002

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FUTEBOL

Presidente se esquiva de perguntas políticas, mas repete apoio a atacante para a TV captar melhor a declaração

Na Polônia, FHC pede Romário na seleção

DO ENVIADO ESPECIAL A VARSÓVIA E DA REPORTAGEM LOCAL

Durante passeio no centro histórico de Varsóvia, num domingo sem compromissos importantes, o presidente Fernando Henrique Cardoso evitou fazer comentários a respeito da pesquisa Datafolha sobre a sucessão publicada ontem. Em vez de política, preferiu falar de futebol. Sugeriu que o jogador Romário seja convocado para a seleção brasileira.
"Eu sou Romário. Sobre isso não há dúvida. O resto eu não respondo. Romário, eu sou", disse FHC ao responder se desejava o atacante do Vasco da Gama na seleção de Luiz Felipe Scolari.
O presidente demonstrou interesse no tema. Chegou a repetir a declaração para que uma equipe de TV pudesse captar novamente sua fala com mais qualidade.
O apoio de FHC aumenta ainda mais a pressão sobre Scolari para que Romário integre o grupo que vai à Copa do Mundo.
Desde que o treinador assumiu, o atacante só foi convocado uma vez para a seleção -no jogo de estréia de Scolari, em que o Brasil perdeu de 1 a 0 para o Uruguai.
De lá para cá, apesar de se manter em ótima fase -foi o artilheiro do Brasileiro-2001 e é o vice-goleador do Rio-São Paulo-, Romário jamais foi chamado.
Scolari alega que a ausência do atacante se deve a opção tática, mas há outro motivos, não admitidos pelo técnico.
Um deles foi o suposto envolvimento sexual de Romário com uma garota, na concentração da seleção em Montevidéu, na véspera da derrota para o Uruguai.
O outro foi o pedido do jogador para não ser convocado para a Copa América da Colômbia, sob a justificativa de que precisava fazer uma cirurgia no olho.
O técnico atendeu à solicitação, mas Romário não fez a operação -e ainda viajou com o Vasco para o México para jogar amistosos.
Por fim, há a resistência de alguns jogadores da seleção. Roberto Carlos e Emerson, atuais líderes da equipe e desafetos de Romário, lideraram um movimento de apoio irrestrito a Scolari e, em troca, teriam pedido ao técnico para não mais convocar o atacante vascaíno, sob a pena de gerar uma crise no grupo.
Scolari afirmou, por intermédio de seu assessor de imprensa, que não se manifestaria sobre os comentários de FHC. ""Fico muito feliz com a lembrança do presidente. Vou continuar jogando, mantendo a minha performance dentro de campo, pois é isso que pode me levar à seleção e à Copa. Todos sabem que esse é o meu grande desejo neste ano", disse Romário. (FERNANDO RODRIGUES)


Colaborou a Sucursal do Rio

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