São Paulo, segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

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JUCA KFOURI

Timão atravessa a Ponte


O Corinthians fez, enfim, uma partida convincente e o uruguaio Acosta mostrou que pode ser uma peça útil

SEM COMPARAÇÕES ou saudosismos, Ponte Preta e Corinthians mostraram ontem que podem, como em 1977 e 1979, decidir um Campeonato Paulista.
Não que sejam os favoritos, pois São Paulo e Palmeiras têm mais obrigação de chegar lá, mas que podem, podem.
Campinas viu um dos melhores jogos da temporada em São Paulo, diferentemente do que viram o reaberto Palestra Itália e o Morumbi, no triste empate alviverde com o fragílimo Rio Preto e no movimentado e injusto, para o Noroeste, empate do tricolor.
O São Paulo provavelmente só dará o ar de sua graça agora, naquilo que interessa mesmo, a Copa Libertadores da América.
E o Palmeiras seguirá em sua política de aceitar quem culpa arbitragens pelas deficiências que já deveria ter corrigido, sem perceber que seus jogadores, por mais que os discursos não revelem, padecem do mesmo mal que tomou conta dos santistas no ano passado: ninguém dá um pingo de suor a mais pelo treinador, rei da cocada preta em seus ternos bem cortados, mas incapazes de fazê-lo elegante.
É ele quem ganha e são os outros que perdem ou empatam e é impressionante como o time se submete a adversários incomparavelmente mais fracos como os Rio Claro e Rio Preto da vida.
Mas voltemos ao jogo campineiro.
O Corinthians não só foi o primeiro a ganhar da Ponte Preta em sua casa como ganhou bem, além de ver que Acosta pode ser muito importante, porque sabe fazer gols e tem ótima colocação dentro da área. Fez, aliás, dois, para valer apenas um graças à incompetência do bandeirinha, a mesma que vitimou o Noroeste no Morumbi, também com um gol mal anulado por impedimento.
Houve, ainda, um pênalti não marcado para o Timão em André Santos, razão pela qual a vitória acabou mais sofrida do que seria, com ótimas atuações do goleiro Júlio César e de Carlos Alberto.

5 a 0
Os pentacampeões de futebol somos nós, os brasileiros, mas os franceses recebem cinco vezes mais por ter na camisa da seleção deles a mesma marca que temos.
Diga-se e repita-se que a Nike está na dela e que seus executivos estão de parabéns por conseguir relação tão vantajosa, diferentemente da CBF, que sempre alardeou que o contrato que fez, intermediado pela Traffic, era o supra-sumo do marketing esportivo.
E não queira saber por que é assim, pois a resposta é sempre a mesma: há uma cláusula de sigilo que nos impede de comentar e somos uma entidade privada que não precisa dar satisfação a ninguém.
Exatamente, aliás, como faz a maioria dos clubes com seus patrocinadores, com algumas exceções, uma delas, justiça seja feita, o Corinthians em seu recente contrato com a Medial, que propôs a tal cláusula e foi devidamente rechaçada. Porque é isso mesmo, CBF e clubes são sim entidades privadas, mas de óbvio interesse público.
E são esses brilhantes homens da CBF que comandarão a Copa de 2014 no Brasil, sob o olhar complacente, e, pior, deslumbrado, do governo federal. Aja.

blogdojuca@uol.com.br


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