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AÇÃO
Nasce um ranking
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O wakeboard é uma atividade relativamente nova,
um desses esportes que são gerados pela fusão de dois ou mais dos
considerados contemporâneos.
Nesse caso, do surfe, do skate, do
snowboard e do esqui. Por ser recente, não tem um circuito mundial profissional organizado nem,
portanto, um ranking. Ou melhor, não tinha. Entre os dias 2 e 4
acontecerá na Lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio, a etapa inaugural
do primeiro circuito profissional
de wake, organizado pela WWA,
a Associação Internacional de
Wakeboarding, que ajudará o esporte a crescer sustentavelmente e
terá um ranking internacional.
Exatamente por isso, as inscrições para a primeira etapa do
Wakeboard World Series, ou
WWS, estão abertas. O empresário e bicampeão nacional Mario
Manzoli, 31, conhecido como Marito, acredita que haverá perto de
30 atletas competindo por um
ranking. Destes, 14 estrangeiros.
Não existe, entretanto, muita
chance de um brasileiro sair como número um. Isso porque, como normalmente acontece por
aqui, um esporte alternativo não
se sustenta. Nossos melhores atletas têm que treinar nas horas vagas e trabalhar em outras atividades. Em alguns países desenvolvidos, há quem viva do wake e,
com apoio de um patrocinador,
consiga treinar cinco dias por semana, oito horas por dia. Só nos
EUA, são quase 4 milhões de praticantes. Trata-se, portanto, de
uma indústria tão grande quanto
a do surfe. No Brasil, estima-se
que 40 mil pessoas já tenham provado o gosto do wake, mas dessas
só 2.000 praticam regularmente.
Por conta disso, a diferença técnica entre "nós" e "eles" é ainda
grande. As atuais potências do esporte são EUA e Austrália e, muito provavelmente, o primeiro número um da história será de um
deles. Os nomes dos americanos
Darin Shapiro e Daniel Harf são
os mais cotados. Shapiro, 28, é o
atleta com mais títulos no esporte,
enquanto Harf, ouro nos três últimos X-Games, faz parte da nova
geração. Os dois estarão no Rio e,
em condições normais de temperatura e pressão, deverão disputar quem entrará para a história
como o primeiro líder do WWS.
Mas nada é tão certo quando
não existe um histórico, e o formato do torneio é desenhado para por pressão. Serão só duas passagens em cada fase, uma de ida e
outra de volta, de uma bóia a outra. Como cada passagem tem 30
segundos, o atleta terá um minuto para exibir sua rotina. Marito
calcula que eles terão tempo para
executar, em média, dez manobras. É um formato cruel e capaz
de prejudicar aquele que é tecnicamente sofisticado, mas não tem
estômago para situações-limite.
A má notícia é que, desta vez,
apenas homens competirão no
WWS. As mulheres deverão esperar mais um pouco pela chance de
se organizar mundialmente. A
boa notícia é que esse primeiro
circuito mundial, que terá seis
etapas -Brasil, Suíça, Japão,
EUA (2) e Canadá-, distribuirá
US$ 200 mil em prêmios, a perna
brasileira, US$ 15 mil. No dia 4 o
mundo conhecerá seu primeiro
número um do esporte, e o wake
terá, após mais de dez anos de vida, se firmado mundialmente.
Surfe WQS
Kelly Slater venceu a quinta etapa do ano, em Sydney, Austrália. O local Kirk Flintoff ficou em segundo e lidera o ranking. Neco Padaratz,
que venceu Slater nas quartas-de-final, terminou em terceiro.
Surfe no telão
No sábado, dia 27, o Vivo Open Air, que está sendo realizado no Jockey Club de São Paulo, dará sua contribuição ao surfe exibindo o premiado documentário "Step Into Liquid" na sessão da meia-noite.
Surfe feminino
A categoria terá a etapa de abertura do Circuito Petrobras entre os
dias 2 e 4 de abril em Ubatuba. Maceió, em junho, e Rio de Janeiro,
em outubro, completam o torneio.
E-mail sarli@trip.com.br
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