São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2011

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Lobby dá certo, e CPI perde força

COPA-2014
Visita do presidente da CBF ao Planalto surte efeito, e deputados voltam atrás


SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Pelo menos 34 deputados federais decidiram retirar os seus nomes do pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a organização da Copa de 2014.
A maioria recuou ontem, um dia após o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, visitar o Planalto.
Na reunião com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o cartola, que comanda a organização do Mundial, buscou o apoio do governo para convencer deputados da base aliada a não aprovarem o requerimento.
Ontem, até o início da noite, 19 parlamentares tinham enviado requerimento ao presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS), pedindo a exclusão da lista.
A debandada deve crescer na segunda. Pelo menos dez deputados já decidiram esvaziar o movimento liderado pelo ex-governador do Rio Anthony Garotinho, atualmente deputado pelo PR-RJ.
"Hoje, o que consta é que a proposta de criação de uma CPI para investigar irregularidades no âmbito da CBF é mais uma iniciativa que pode levar o Congresso a uma posição de descrédito junto à sociedade", disse no seu requerimento a deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), filha do presidente do partido no Rio.
"Por não termos elementos concretos para investigar, acabaremos não concluindo os trabalhos. Ou, o que é pior, criaremos uma CPI que já inicia seus trabalhos esvaziada", justificou, no texto.
São necessários 171 nomes para a criação da CPI.
Nas suas contas, Garotinho tem 146 adesões. Os parlamentares que retiraram as suas assinaturas constam nessa lista do ex-governador. Nenhum deles precisa avisá- -lo de sua desistência.
Na semana passada, Garotinho começou a recolher assinaturas para viabilizar a instalação da CPI depois de declarar em plenário que Ricardo Teixeira é o chefe de uma "quadrilha que assalta os cofres públicos".
Há cerca de dez anos, o dirigente foi investigado por duas CPIs. Na do Senado, Teixeira foi acusado, entre outros crimes, de apropriação indébita dos recursos da confederação, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
O governo federal pediu a saída de Teixeira, mas a vitória na Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coreia do Sul, e o apoio de cartolas o mantiveram no cargo.


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