São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2005

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FUTEBOL

Em jogo marcado por erros da arbitragem, time só empata com o Juventude

Apatia marca a estréia do Corinthians milionário

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Favorito ao título do Brasileiro-05, o Corinthians, que investiu mais de R$ 130 milhões em reforços, começou o torneio em marcha lenta. No Pacaembu, só empatou com o Juventude por 2 a 2 e frustou os mais de 17 mil torcedores que foram ao estádio.
A apresentação discreta do time de Daniel Passarella ofuscou marca alcançada pelo treinador.
Com o empate, os corintianos completaram 11 jogos invictos, o melhor desempenho desde 1995 quando, sob o comando de Eduardo Amorim, a equipe ficou 14 jogos sem perder.
O Corinthians foi melhor no primeiro tempo, poderia ter definido a partida, mas na etapa final aceitou passivamente a pressão do time de Caxias do Sul.
"Nós relaxamos. O resultado estava em nossas mãos e não esperávamos levar o gol de empate", afirmou o zagueiro Anderson.
Mal começou o jogo e o Corinthians levou seu primeiro susto.
A defesa falhou, e a bola sobrou para o atacante Enílton, que, da entrada da área, chutou no canto esquerdo do goleiro Fábio Costa: 1 a 0, logo aos 6min.
Os gaúchos bloqueavam o meio-campo e dificultavam a criação de jogadas pelo time corintiano, que intensificou a pressão sobre o rival.
Apesar da forte marcação do Juventude, a equipe de Passarella demorou só três minutos para empatar. Após levantamento na área, a bola sobrou para Tevez que, em belo chute, colocou a bola no canto alto esquerdo de Doni e marcou o primeiro gol da equipe no Nacional e seu 12º no ano.
Os comandados de Passarella fizeram o segundo gol no lance seguinte após bela trama de seu ataque, mas o árbitro Luiz Antônio Silva Santos, seguindo marcação do auxiliar Valmir Raul, anulou erroneamente a jogada alegando impedimento do atacante Jô.
Os corintianos diminuíram o ritmo depois dos ataques mortais. O Juventude acertou a marcação pelo setor direito, por onde o rival chegava com mais perigo. O time gaúcho ainda era perigoso nos contragolpes, com Enílton e Zé Carlos, além do meia William, que por pouco não marcou.
A equipe do Parque São Jorge foi novamente prejudicada pela arbitragem quando o auxiliar Valmir Raul anotou outro impedimento do ataque corintiano. Tevez, irritado, chutou a bola longe e levou cartão amarelo.
O ex-corintiano Doni também impediu o gol com duas belas defesas em chutes de Tevez e Coelho. Aos 44min de jogo, entretanto, a persistência do time da casa foi premiada. Em levantamento na área feito por Coelho, Anderson escorou, e Marcelo Mattos, de cabeça, virou o jogo.
O Juventude foi ao ataque no segundo tempo. Em dois lances, quase empatou. Mas, com boa marcação e muitas roubadas de bola, o Corinthians logo retomou o controle da partida, embora finalizasse pouco a gol -foram só sete na etapa final, com 29% de acerto, segundo o Datafolha.
Tevez, o melhor em campo, foi o primeiro a tentar depois de tabelar com Coelho. Os corintianos recuaram pouco a pouco e os ataques rarearam. Os gaúchos aproveitaram e foram à frente. Quase chegaram ao gol com William e Enílton. Passarella, então, resolveu dar uma injeção de ânimo ao time com Gil no lugar de Jô.
Mas foi o Juventude que acordou. Em cabeceio de Daniel, Betão tirou a bola com a mão. O árbitro deu escanteio e revoltou os atletas do time gaúcho. Porém, na cobrança de escanteio, Naldo, de cabeça, fez 2 a 2, aos 33min.
O Corinthians tentou reagir, mas estava em tarde sonolenta. "O empate não foi um péssimo negócio, mas um mau negócio", analisou Betão.


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