São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Não me arrependo", diz astro sobre Cicarelli

Folha - Você esteve em Israel e na Palestina, na semana passada, num evento da ONU. Como foi?
Ronaldo -
Impressionante. Uma experiência inesquecível. Fui à sede do governo da Palestina, um empurra-empurra danado. Todos ficaram eufóricos. A alegria das pessoas foi enorme. Espero que eles se entendam melhor.

Folha - Quem acha que tem razão nesse conflito?
Ronaldo -
Não tenho opinião. O conflito é muito antigo.

Folha - Você é embaixador da ONU. Já visitou Kosovo, a Palestina. Que papel político quer ter?
Ronaldo -
Não quero ter papel político, mas quero ser uma pessoa importante e fazer com que os políticos não se esqueçam daquele país que estou visitando. Junto com o Rodrigo [Paiva, assessor da CBF] e a Bia Aydar [publicitária], tive a idéia de levar o Brasil para o Haiti. Pensamos em levar a seleção lá para chamar a atenção do mundo. O Haiti impressiona pela falta de tudo. O bom nesse caso é que o futebol tem esse poder de chamar a atenção.

Folha - Você deixou o Brasil muito jovem. Acha que o país melhorou nos últimos anos?
Ronaldo -
Não mudou nada em relação à segurança. Continua o mesmo país violento de sempre, com os problemas cotidianos de sempre. Economicamente, até melhorou. A nossa moeda está mais forte, mas continuamos com os mesmos problemas na saúde. A saúde no país é muito precária. A segurança é zero. É uma pena, porque o Brasil é muito querido no mundo todo.

Folha - Vinho é o seu hobby atual?
Ronaldo -
Quero fazer um curso de vinhos, uma degustação. Quero aprender mais sobre eles. Gosto da cultura do vinho, da história de cada um deles.

Folha - Qual o seu preferido?
Ronaldo -
Vega Sicilia, um vinho espanhol.

Folha - Quanto você paga por uma garrafa?
Ronaldo -
Se a garrafa for de um ano bom, sai por 180 [cerca de R$ 540]. Vale a pena. Talvez seja uma extravagância minha.

Folha - Você é dono de um restaurante em Oviedo [norte espanhol]. Por que o investimento no ramo?
Ronaldo -
O outro sócio é um amigo que sempre sonhou com isso, e o ajudei. Estou no negócio somente por ele [chama-se Jesus, e o restaurante é o De Labra, especializado em comida da região das Astúrias. Domingo passado, Ronaldo jantou com sua mãe lá].

Folha - O que pretende fazer depois do futebol. Já pensa em parar?
Ronaldo -
Ainda não penso nisso. Inicialmente, vou descansar dois anos, Depois, vou pensar em fazer algo. Pretendo continuar vivendo em Madri e passando o verão no Brasil.

Folha - Que lição tirou dos últimos meses da sua vida pessoal? Você namorou, casou e se separou em menos de um ano.
Ronaldo -
Não tiro lição nenhuma. É o preço que pago por ser famoso e estar exposto na mídia. Na minha posição, estou vulnerável à opinião de todos.

Folha - Vê isso normalmente?
Ronaldo -
Tem que ser assim. É o nosso mundo. Se cada um se preocupasse com a sua vida, seria melhor. Mas vou fazer o quê?

Folha - Tudo o que foi narrado sobre o seu casamento -crises de ciúmes do casal, amigos barrados na porta da festa- ocorreu?
Ronaldo -
Não tenho que ficar comentando ou desmentindo o que as pessoas escrevem ou falam. Se fizesse isso, teria que passar horas comentando. Inventaram que existia uma mulher grávida de mim, mas o bebê nunca apareceu [risos]. Já disseram que tive vários casos. Nenhuma das vezes apareceu uma foto comprovando. As pessoas falam por falar, sem nenhuma responsabilidade.

Folha - No Brasil, a Daniella Cicarelli foi apontada como a vilã do fim do casamento.
Ronaldo -
Tem muita gente falando besteira. É o nosso país...

Folha - Você acha que o casamento aconteceu muito rápido?
Ronaldo -
Tem gente que faz o que fiz com 20 anos. Outros fazem com 50. Não estou arrependido de nada. De absolutamente nada.

Folha - O seu relacionamento com a Daniella acabou mesmo?
Ronaldo -
Não sei do futuro. Ninguém sabe...

Folha - Ainda existe alguma coisa entre vocês?
Ronaldo -
Não gosto de falar da minha relação, da minha vida particular. Nas vezes em que falei, foi para acabar com boatos.

Folha - Vai tirar a tatuagem [no pulso esquerdo do jogador, com as letras R e D, feita logo após o início do namoro]?
Ronaldo -
[Após quase 30 segundos de silêncio] Não. Vou deixar ela aqui. Agora, chega, fera [encerrando a entrevista].


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Futebol: Brasil dorme à espreita do gol 10 mil da Libertadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.