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"Não me arrependo", diz astro sobre Cicarelli
Folha - Você esteve em Israel e
na Palestina, na semana passada,
num evento da ONU. Como foi?
Ronaldo - Impressionante. Uma
experiência inesquecível. Fui à sede do governo da Palestina, um
empurra-empurra danado. Todos ficaram eufóricos. A alegria
das pessoas foi enorme. Espero
que eles se entendam melhor.
Folha - Quem acha que tem razão
nesse conflito?
Ronaldo - Não tenho opinião. O
conflito é muito antigo.
Folha - Você é embaixador da
ONU. Já visitou Kosovo, a Palestina. Que papel político quer ter?
Ronaldo - Não quero ter papel
político, mas quero ser uma pessoa importante e fazer com que os
políticos não se esqueçam daquele país que estou visitando. Junto
com o Rodrigo [Paiva, assessor
da CBF] e a Bia Aydar [publicitária], tive a idéia de levar o Brasil
para o Haiti. Pensamos em levar a
seleção lá para chamar a atenção
do mundo. O Haiti impressiona
pela falta de tudo. O bom nesse
caso é que o futebol tem esse poder de chamar a atenção.
Folha - Você deixou o Brasil muito
jovem. Acha que o país melhorou
nos últimos anos?
Ronaldo - Não mudou nada em
relação à segurança. Continua o
mesmo país violento de sempre,
com os problemas cotidianos de
sempre. Economicamente, até
melhorou. A nossa moeda está
mais forte, mas continuamos com
os mesmos problemas na saúde.
A saúde no país é muito precária.
A segurança é zero. É uma pena,
porque o Brasil é muito querido
no mundo todo.
Folha - Vinho é o seu hobby
atual?
Ronaldo - Quero fazer um curso
de vinhos, uma degustação. Quero aprender mais sobre eles. Gosto da cultura do vinho, da história
de cada um deles.
Folha - Qual o seu preferido?
Ronaldo - Vega Sicilia, um vinho
espanhol.
Folha - Quanto você paga por
uma garrafa?
Ronaldo - Se a garrafa for de um
ano bom, sai por 180 [cerca de
R$ 540]. Vale a pena. Talvez seja
uma extravagância minha.
Folha - Você é dono de um restaurante em Oviedo [norte espanhol].
Por que o investimento no ramo?
Ronaldo - O outro sócio é um
amigo que sempre sonhou com
isso, e o ajudei. Estou no negócio
somente por ele [chama-se Jesus,
e o restaurante é o De Labra, especializado em comida da região
das Astúrias. Domingo passado,
Ronaldo jantou com sua mãe lá].
Folha - O que pretende fazer depois do futebol. Já pensa em parar?
Ronaldo - Ainda não penso nisso. Inicialmente, vou descansar
dois anos, Depois, vou pensar em
fazer algo. Pretendo continuar vivendo em Madri e passando o verão no Brasil.
Folha - Que lição tirou dos últimos meses da sua vida pessoal? Você namorou, casou e se separou em
menos de um ano.
Ronaldo - Não tiro lição nenhuma. É o preço que pago por ser famoso e estar exposto na mídia. Na
minha posição, estou vulnerável à
opinião de todos.
Folha - Vê isso normalmente?
Ronaldo - Tem que ser assim. É o
nosso mundo. Se cada um se
preocupasse com a sua vida, seria
melhor. Mas vou fazer o quê?
Folha - Tudo o que foi narrado sobre o seu casamento -crises de
ciúmes do casal, amigos barrados
na porta da festa- ocorreu?
Ronaldo - Não tenho que ficar
comentando ou desmentindo o
que as pessoas escrevem ou falam.
Se fizesse isso, teria que passar horas comentando. Inventaram que
existia uma mulher grávida de
mim, mas o bebê nunca apareceu
[risos]. Já disseram que tive vários
casos. Nenhuma das vezes apareceu uma foto comprovando. As
pessoas falam por falar, sem nenhuma responsabilidade.
Folha - No Brasil, a Daniella Cicarelli foi apontada como a vilã do
fim do casamento.
Ronaldo - Tem muita gente falando besteira. É o nosso país...
Folha - Você acha que o casamento aconteceu muito rápido?
Ronaldo - Tem gente que faz o
que fiz com 20 anos. Outros fazem
com 50. Não estou arrependido
de nada. De absolutamente nada.
Folha - O seu relacionamento com
a Daniella acabou mesmo?
Ronaldo - Não sei do futuro.
Ninguém sabe...
Folha - Ainda existe alguma coisa
entre vocês?
Ronaldo - Não gosto de falar da
minha relação, da minha vida
particular. Nas vezes em que falei,
foi para acabar com boatos.
Folha - Vai tirar a tatuagem [no
pulso esquerdo do jogador, com as
letras R e D, feita logo após o início
do namoro]?
Ronaldo - [Após quase 30 segundos de silêncio] Não. Vou deixar
ela aqui. Agora, chega, fera [encerrando a entrevista].
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