São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Para seguir na Libertadores, Palmeiras terá de vencer o São Paulo e quebrar uma série de estatísticas desfavoráveis

Clássico vale vaga, crise e peso da história

Jorge Araújo/Folha Imagem
São-paulinos, que jogam por um empate para avançar às quartas-de-final, brincam durante treino do time, realizado sob forte chuva


MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O clássico São Paulo x Palmeiras de hoje, às 21h45, no Morumbi, não decide só uma vaga às quartas-de-final da Libertadores. Cair, para ambos os times, significa mergulhar em uma crise de proporções imprevisíveis.
No Palmeiras, uma situação que já ameaça o cargo de Paulo Bonamigo, sem vitórias nos últimos cinco jogos -e com uma atuação pífia do ataque, que só fez gol uma vez, e em cobrança de pênalti. No São Paulo, representará jogar no lixo todo seu peso histórico contra um adversário desesperado.
O técnico do São Paulo, Paulo Autuori, refere-se à situação de seu time hoje na Libertadores como "tendência de classificação", pois obteve a vantagem do empate, após vencer fora de casa por 1 a 0. Acrescente-se a isso uma trajetória no mais importante torneio continental amplamente favorável, tanto no que se refere ao Morumbi quanto ao Palmeiras.
Na Libertadores, o estádio são-paulino é uma fortaleza inexpugnável desde 8 de maio de 1987, quando o time perdeu para o Colo-Colo, do Chile. Desde então, não ocorrem derrotas do São Paulo lá pela taça continental. São 25 partidas que a equipe não conhece derrota em casa.
Outra coluna a ser derrubada pelo Palmeiras é um carma continental contra o rival. O time do Parque Antarctica não venceu nenhum dos cinco clássicos disputados desde 1974. Foram quatro derrotas e um empate.
Há espaço até para um tabuzinho: sempre que chegou à fase de mata-matas, o São Paulo nunca deixou de chegar às quartas.
E, se a lógica ainda tiver alguma coisa a ver com futebol, a regularidade do ataque são-paulino é temível: o time só passou em branco em um jogo neste ano, contra o Santos (0 a 0), pelo Paulista.
Um gol são-paulino hoje obriga o Palmeiras a vencer por dois gols de diferença, segundo o novo regulamento da competição.
Mas para os palmeirenses, toda essa bagagem histórica e estatística só serve para estimulá-los, e não como motivo de desânimo.
"Isso aí tem que ser usado positivamente. Se eu fosse jogador, adoraria quebrar esses tabus", disse Bonamigo, que bate na tecla do fator psicológico como diferencial para o sucesso da equipe.
O técnico palmeirense analisa que as derrotas seguidas têm acontecido muito mais por conta do trauma de sair atrás no placar do que por deficiência técnica.
No São Paulo, a preocupação é não transformar num fardo todas essas marcas que pendem a balança a seu favor. "Isso daí é muito bom para criar um clima, mas o que tem um peso maior para mim é jogar bem", afirmou Autuori.
O "já-ganhou" também é bicado para longe. "Não podemos achar que já vencemos só porque demos um grande passo", afirmou Luizão, pregando respeito ao adversário combalido.
Paulo Autuori vai mais longe na análise. "Temos que respeitar as grandes individualidades do Palmeiras, que ainda não formam um grupo, mas têm tudo para formar", disse o técnico, apontando o principal perigo depois: "Para eles, esse é o jogo ideal para dar a volta por cima", declarou.
Do lado verde do muro que separa os CTs na Barra Funda, há quem dê graças a Deus por enfrentar um clássico importante num momento como esse.
"É melhor enfrentar o São Paulo que uma equipe de menor expressão, num jogo em que você tem a maior responsabilidade", disse o volante-lateral Correa.


NA TV - Globo (para SP) e Sportv, ao vivo, às 21h45


Texto Anterior: Memória: Revés em Grand Slam antecedeu fim de carreiras
Próximo Texto: Ainda restam 12.006 bilhetes para a partida
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.