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FUTEBOL
Para seguir na Libertadores, Palmeiras terá de vencer o São Paulo e quebrar uma série de estatísticas desfavoráveis
Clássico vale vaga, crise e peso da história
Jorge Araújo/Folha Imagem
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São-paulinos, que jogam por um empate para avançar às quartas-de-final, brincam durante treino do time, realizado sob forte chuva |
MÁRVIO DOS ANJOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O clássico São Paulo x Palmeiras
de hoje, às 21h45, no Morumbi,
não decide só uma vaga às quartas-de-final da Libertadores. Cair,
para ambos os times, significa
mergulhar em uma crise de proporções imprevisíveis.
No Palmeiras, uma situação que
já ameaça o cargo de Paulo Bonamigo, sem vitórias nos últimos
cinco jogos -e com uma atuação
pífia do ataque, que só fez gol uma
vez, e em cobrança de pênalti. No
São Paulo, representará jogar no
lixo todo seu peso histórico contra um adversário desesperado.
O técnico do São Paulo, Paulo
Autuori, refere-se à situação de
seu time hoje na Libertadores como "tendência de classificação",
pois obteve a vantagem do empate, após vencer fora de casa por 1 a
0. Acrescente-se a isso uma trajetória no mais importante torneio
continental amplamente favorável, tanto no que se refere ao Morumbi quanto ao Palmeiras.
Na Libertadores, o estádio são-paulino é uma fortaleza inexpugnável desde 8 de maio de 1987,
quando o time perdeu para o Colo-Colo, do Chile. Desde então,
não ocorrem derrotas do São
Paulo lá pela taça continental. São
25 partidas que a equipe não conhece derrota em casa.
Outra coluna a ser derrubada
pelo Palmeiras é um carma continental contra o rival. O time do
Parque Antarctica não venceu nenhum dos cinco clássicos disputados desde 1974. Foram quatro
derrotas e um empate.
Há espaço até para um tabuzinho: sempre que chegou à fase de
mata-matas, o São Paulo nunca
deixou de chegar às quartas.
E, se a lógica ainda tiver alguma
coisa a ver com futebol, a regularidade do ataque são-paulino é temível: o time só passou em branco em um jogo neste ano, contra o
Santos (0 a 0), pelo Paulista.
Um gol são-paulino hoje obriga
o Palmeiras a vencer por dois gols
de diferença, segundo o novo regulamento da competição.
Mas para os palmeirenses, toda
essa bagagem histórica e estatística só serve para estimulá-los, e
não como motivo de desânimo.
"Isso aí tem que ser usado positivamente. Se eu fosse jogador,
adoraria quebrar esses tabus",
disse Bonamigo, que bate na tecla
do fator psicológico como diferencial para o sucesso da equipe.
O técnico palmeirense analisa
que as derrotas seguidas têm
acontecido muito mais por conta
do trauma de sair atrás no placar
do que por deficiência técnica.
No São Paulo, a preocupação é
não transformar num fardo todas
essas marcas que pendem a balança a seu favor. "Isso daí é muito
bom para criar um clima, mas o
que tem um peso maior para mim
é jogar bem", afirmou Autuori.
O "já-ganhou" também é bicado para longe. "Não podemos
achar que já vencemos só porque
demos um grande passo", afirmou Luizão, pregando respeito
ao adversário combalido.
Paulo Autuori vai mais longe na
análise. "Temos que respeitar as
grandes individualidades do Palmeiras, que ainda não formam
um grupo, mas têm tudo para formar", disse o técnico, apontando
o principal perigo depois: "Para
eles, esse é o jogo ideal para dar a
volta por cima", declarou.
Do lado verde do muro que separa os CTs na Barra Funda, há
quem dê graças a Deus por enfrentar um clássico importante
num momento como esse.
"É melhor enfrentar o São Paulo
que uma equipe de menor expressão, num jogo em que você tem a
maior responsabilidade", disse o
volante-lateral Correa.
NA TV - Globo (para SP) e
Sportv, ao vivo, às 21h45
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