Meia estréia hoje, contra o Internacional, no primeiro duelo do time em São Paulo desde queda na Libertadores

Sem cinco titulares, clube escolhe Morumbi para enfrentar gaúchos pela 1ª vez desde o polêmico jogo entre os dois no Nacional-05

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quase um mês depois, o reencontro. O Corinthians e sua torcida estarão juntos novamente, hoje, às 20h30, pela primeira vez desde a fatídica eliminação na Libertadores para o River Plate. E, para a reunião, um convidado que os corintianos não vêem desde 2001: o meia-atacante Marcelinho. Desta vez, porém, o duelo não será no Pacaembu, a "casa" do clube. O jogo contra o Internacional, pelo Brasileiro, foi marcado para o Morumbi. O motivo é óbvio: o medo do clube de reações violentas por parte dos corintianos, como as que foram vistas em 4 de maio. Na derrota para os argentinos, revoltados, os torcedores tentaram invadir o gramado do estádio municipal. Houve quebra-quebra e feridos. Desde então, muita coisa mudou. O Corinthians jogou três vezes, todas longe da capital paulista, e mudou seu comando técnico. Perdeu alguns de seus principais atletas, como Tevez, Mascherano e Ricardinho, na Copa do Mundo. Perdeu também Carlos Alberto, que levou um soco no olho direito e corre o risco de só voltar a jogar após o Mundial. Nilmar, com torção no tornozelo, é outro que foi vetado. A compensação hoje será o velho ídolo. Geninho não queria, mas diante de tantas baixas, terá de apressar a escalação do jogador, que vestiu pela última vez a camisa corintiana, sua segunda pele, como gosta de dizer, contra o Coritiba, na extinta Copa dos Campeões-2001. O jogador, que reduziu seu peso de 71 kg para 66 kg em três meses, diz estar "light". "Hoje, com 34 anos, não tenho de falar muito, mas mostrar atitude", afirma, humilde. Com a sabedoria do atleta que mais levantou taças pelo clube -oito-, Marcelinho afirma não se assustar com uma eventual reação negativa da torcida no Morumbi. "A cobrança vai existir porque o maior sonho não se concretizou. Nós, jogadores, preferíamos o Pacaembu. Mas não vai demorar muito e vamos voltar pra casa. Tem que jogar perto da torcida mesmo, para sentir o bafo dela no cangote e não deixar de ficar esperto." Sem jogar desde o dia 4 de dezembro, Marcelinho, com 206 gols pelo clube, conta que não está em sua condição ideal e que o time não é só ele. O meia Renato, que jogará ao lado dele improvisado no ataque, pensa diferente: "Vamos fazer de tudo para usar a estratégia de sofrer faltas para o Marcelinho bater". Renato atuou uma vez só pelo setor, quando estava no Atlético-MG. No clube do Parque São Jorge, marcou no 1 a 0 sobre a Ponte Preta, pelo Paulista. A dupla de frente será municiada pelos meias Rosinei e Roger. No coletivo de ontem, o técnico Geninho liberou os quatro para se movimentarem à vontade em campo. O time gaúcho, um dos favoritos ao título, encara o rival pela primeira vez desde o duelo no Brasileiro do ano passado. Na ocasião, o Inter foi prejudicado por um pênalti não marcado em Tinga e o empate por 1 a 1, no Pacaembu, praticamente deu o título aos corintianos. O próprio Tinga, que se recupera de lesão muscular, pode voltar à equipe. Derrotado no final de semana por 4 a 2 pelo Figeuirense, o Inter não terá Rafael Sobis e Elder Granja. Fernandão jogará no meio, Iarley e Rentería, na frente.