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Políticos reforçam lobby de cidades no Mundial de 2014
Brasília vê intensificação de articulações com a CBF às vésperas do anúncio da Fifa, que no domingo elege 12 sedes
Segundo líder do PMDB na Câmara, as "excluídas" no anúncio serão compensadas pela CBF e vão receber as seleções durante a Copa
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Governadores, prefeitos, senadores e deputados atuaram
nos últimas semanas para influenciar na escolha das cidades-sedes para a Copa de 2014.
Sobretudo, em Brasília, já está
claro quais capitais irão ou não
abrigar as partidas do Mundial.
No próximo domingo, a Fifa
anunciará as 12 escolhidas entre as 17 concorrentes.
Com as maiores bancadas na
Câmara e no Senado, o PMDB é
o partido que mantém melhor
trânsito na CBF. Em segundo
lugar vem o PSDB, cujo político
mais próximo de Ricardo Teixeira é o governador de Minas
Gerais, Aécio Neves.
Líder peemedebista na Câmara, o deputado Henrique
Eduardo Alves (RN) tem certeza de que Natal será uma das cidades escolhidas para sede.
"Eu sei que Natal tem tudo
para entrar. Nosso projeto convenceu a Fifa", disse Alves, que
nos anos 80 chegou a fazer parte da CBF como dirigente. "Mas
não influenciei em nada."
Em relação às cidades que ficarão fora da lista da Fifa, o líder do PMDB na Câmara afirmou que a CBF já tem planejado uma forma de compensação.
"Essas cidades vão abrigar as
delegações das seleções, onde
serão realizados diversos eventos da Fifa", comentou Alves.
Ciente das dificuldades de
emplacar Vitória como cidade-sede, o governador do Espírito
Santo, Paulo Hartung (PMDB),
resolveu pleitear logo de cara
que a capital viesse a receber
uma das seleções da Copa.
"Nós não tínhamos estádio.
Então, ele [Hartung] viu que
não dava para Vitória ser cidade-sede e fez a proposta para
hospedar uma das seleções. Daí
o Ricardo Teixeira afirmou:
"Esse já ganhou o que queria'",
contou o senador Gerson Camata (PMDB-ES).
A Folha apurou no Congresso que está praticamente certo
que Vitória deverá abrigar a seleção brasileira, o que trará
uma série de eventos e negócios para o Espírito Santo.
Na última semana, houve até
deputado que se antecipou ao
anúncio da Fifa para cravar que
uma das cidades fora escolhida
para sediar jogos em 2014. José
Rocha (PR-BA) disse à Folha
que recebeu "um sinal" do presidente da CBF de que Salvador está garantida na Copa.
"Ele me pediu para fazer
uma grande festa no Barradão
[estádio do Vitória] por conta
do anúncio das cidades-sede."
Presidente do Conselho Deliberativo do Vitória, Rocha
contou que já acertou a mudança de horário do jogo contra o Grêmio, pelo Brasileiro,
no dia 31, mesmo dia do pronunciamento da Fifa.
"Ainda estamos programando quais eventos devemos fazer, mas já antecipamos o jogo
das 18h30 para as 16h. O anúncio vai ser às 15h30. Assim vai
ficar perto do anúncio", disse.
Líder do PMDB no Senado,
Renan Calheiros (AL) costuma
ceder o gabinete da liderança
quando Ricardo Teixeira precisa se reunir com políticos em
Brasília. Até o começo da década, a CBF tinha uma sede na
capital. O local foi fechado após
as CPIs da Nike, da Câmara, e
do Futebol, no Senado.
Em março, um grupo de congressistas -principalmente de
deputados- esteve no gabinete
de Calheiros para discutir o
projeto de cadastro de torcedores que frequentam estádios.
Na ocasião, aproveitaram para
fazer lobby por suas cidades.
Outro elo entre Calheiros e a
confederação é o diretor de Assuntos Legislativo da CBF,
Vanderberg Machado. Ex-servidor do Senado, ele foi chefe
de gabinete de Calheiros quando o senador esteve à frente do
Ministério da Justiça durante o
primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998).
"Atualmente a relação da
CBF com os políticos é excelente", afirmou Machado.
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