São Paulo, segunda-feira, 25 de maio de 2009

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Políticos reforçam lobby de cidades no Mundial de 2014

Brasília vê intensificação de articulações com a CBF às vésperas do anúncio da Fifa, que no domingo elege 12 sedes

Segundo líder do PMDB na Câmara, as "excluídas" no anúncio serão compensadas pela CBF e vão receber as seleções durante a Copa


ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governadores, prefeitos, senadores e deputados atuaram nos últimas semanas para influenciar na escolha das cidades-sedes para a Copa de 2014. Sobretudo, em Brasília, já está claro quais capitais irão ou não abrigar as partidas do Mundial. No próximo domingo, a Fifa anunciará as 12 escolhidas entre as 17 concorrentes.
Com as maiores bancadas na Câmara e no Senado, o PMDB é o partido que mantém melhor trânsito na CBF. Em segundo lugar vem o PSDB, cujo político mais próximo de Ricardo Teixeira é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Líder peemedebista na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) tem certeza de que Natal será uma das cidades escolhidas para sede.
"Eu sei que Natal tem tudo para entrar. Nosso projeto convenceu a Fifa", disse Alves, que nos anos 80 chegou a fazer parte da CBF como dirigente. "Mas não influenciei em nada."
Em relação às cidades que ficarão fora da lista da Fifa, o líder do PMDB na Câmara afirmou que a CBF já tem planejado uma forma de compensação. "Essas cidades vão abrigar as delegações das seleções, onde serão realizados diversos eventos da Fifa", comentou Alves.
Ciente das dificuldades de emplacar Vitória como cidade-sede, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), resolveu pleitear logo de cara que a capital viesse a receber uma das seleções da Copa.
"Nós não tínhamos estádio. Então, ele [Hartung] viu que não dava para Vitória ser cidade-sede e fez a proposta para hospedar uma das seleções. Daí o Ricardo Teixeira afirmou: "Esse já ganhou o que queria'", contou o senador Gerson Camata (PMDB-ES).
A Folha apurou no Congresso que está praticamente certo que Vitória deverá abrigar a seleção brasileira, o que trará uma série de eventos e negócios para o Espírito Santo.
Na última semana, houve até deputado que se antecipou ao anúncio da Fifa para cravar que uma das cidades fora escolhida para sediar jogos em 2014. José Rocha (PR-BA) disse à Folha que recebeu "um sinal" do presidente da CBF de que Salvador está garantida na Copa.
"Ele me pediu para fazer uma grande festa no Barradão [estádio do Vitória] por conta do anúncio das cidades-sede."
Presidente do Conselho Deliberativo do Vitória, Rocha contou que já acertou a mudança de horário do jogo contra o Grêmio, pelo Brasileiro, no dia 31, mesmo dia do pronunciamento da Fifa.
"Ainda estamos programando quais eventos devemos fazer, mas já antecipamos o jogo das 18h30 para as 16h. O anúncio vai ser às 15h30. Assim vai ficar perto do anúncio", disse.
Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) costuma ceder o gabinete da liderança quando Ricardo Teixeira precisa se reunir com políticos em Brasília. Até o começo da década, a CBF tinha uma sede na capital. O local foi fechado após as CPIs da Nike, da Câmara, e do Futebol, no Senado.
Em março, um grupo de congressistas -principalmente de deputados- esteve no gabinete de Calheiros para discutir o projeto de cadastro de torcedores que frequentam estádios. Na ocasião, aproveitaram para fazer lobby por suas cidades.
Outro elo entre Calheiros e a confederação é o diretor de Assuntos Legislativo da CBF, Vanderberg Machado. Ex-servidor do Senado, ele foi chefe de gabinete de Calheiros quando o senador esteve à frente do Ministério da Justiça durante o primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1998).
"Atualmente a relação da CBF com os políticos é excelente", afirmou Machado.


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