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TOSTÃO
Felipão: oito ou oitenta
O Brasil enfrentará a
Turquia amanhã, a
adversária que sonhara nas semifinais. O favoritismo dos brasileiros não
anula as qualidades dos turcos. É uma equipe organizada,
disciplinada, com um interessante esquema tático e alguns
bons jogadores. Porém Ronaldo e Rivaldo atuam no Brasil.
Na partida da primeira fase,
a Turquia teve chances de ganhar, mas não teve coragem
de procurar a vitória. Limitou-se a tocar a bola no meio-campo. Não arriscou. E foi
prejudicada pelo árbitro.
A Turquia joga com uma linha de três defensores, dois
alas, dois armadores, dois
meias ofensivos e um centroavante. Os dois meias ofensivos,
Basturk e Sas, jogam perto do
centroavante Sukur. Esse, o
mais famoso do time, decepcionou até agora. O melhor da
equipe é o armador baixinho
Emre. Ele tem um bom passe e
inicia as jogadas ofensivas.
No jogo contra a Turquia, o
ataque do Brasil teve mais facilidades do que contra Bélgica e Inglaterra. A Turquia tinha sete jogadores defendendo em seu campo. Bélgica e Inglaterra tinham oito. O Brasil,
como a Turquia, melhorou
depois da primeira partida.
Durante o Mundial, Felipão
corrigiu alguns defeitos. O
mais grave era o vazio no
meio-campo, com apenas Gilberto Silva e Juninho. Antes
da estréia, temi pela sorte do
Brasil. Foi uma loucura atuar
com apenas dois jogadores no
meio-campo, sendo um improvisado. A sorte foi que a seleção enfrentou fracas equipes
na primeira fase. Mesmo assim, correu grandes riscos contra a Turquia e a Costa Rica.
Contra a Bélgica, o problema diminuiu com a escalação
do Edmílson na frente dos zagueiros. O sistema defensivo só
se arrumou contra a Inglaterra, após a entrada do Kleberson no lugar do Juninho.
Agora, o Brasil já tem meio-campo. Com pouco talento,
mas tem. É preciso melhorar o
toque de bola e a criatividade.
O setor ficaria melhor com a
presença de Ricardinho.
Ronaldinho fará falta. Juninho deve entrar. O time terá
mais um armador ofensivo e
um atacante a menos. Juninho vai jogar pela meia-direita. Ronaldinho ficava mais no
ataque. Denílson ou Edílson
são opções para o segundo
tempo. O Brasil, que só tinha
dois no meio na primeira fase,
terá agora quatro: três volantes (Edmílson, Gilberto Silva e
Kleberson) e um meia ofensivo (Juninho). Com Felipão é
oito ou oitenta. Continua faltando o meia armador.
Ronaldo deverá jogar, mas
suas dores musculares são
preocupantes. Pelé, como sempre, manifestou-se na hora errada, ao dizer que as dores são
psicológicas. Todos sabiam
que Ronaldo corria grandes
riscos de não suportar vários
jogos seguidos, após tanto
tempo parado. Essa é a grande
dúvida. Se ele tiver problemas,
diminuem bastante as chances do Brasil.
tostão.folha@uol.com.br
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