São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 2002

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POR QUÊ?

Islamismo pode ser bem pouco ortodoxo em território turco

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar dos esforços dos seguidores de Mustafá Kemal, ou Ataturk (1881-1938), o primeiro presidente da República da Turquia, que visavam a afastar a religião das instituições, o islã permanece presente na vida dos turcos: o jejum é majoritariamente respeitado no Ramadã (mês sagrado), boa parte dos fiéis faz suas preces diárias, e, frequentemente, as regras religiosas constituem a base da moral individual.
Entretanto, acima de tudo, a Turquia é um Estado laico. Desde 1928, as atividades religiosas são controladas pela Direção de Assuntos Religiosos, que é ligada ao gabinete do primeiro-ministro. Assim, por exemplo, os restaurantes não são fechados durante o Ramadã, e o uso do véu islâmico em escolas públicas é proibido.
A religião predominante no país é o islamismo sunita (80%). Há ainda uma importante minoria muçulmana alevita (19,8%) -que é xiita não-ortodoxa- e pequenos grupos de cristãos e de judeus.
Os alevitas têm a reputação de terem sido particularmente favoráveis ao estabelecimento do regime republicano. Ainda hoje, eles formam uma comunidade aberta às idéias inovadoras. Chamados de "protestantes do islamismo", os alevitas não costumam ir à mesquita, consideram as mulheres iguais aos homens e podem consumir bebidas alcoólicas ou carne de porco.
Desde a fundação da República, em 1923, a paz religiosa interna é uma das maiores preocupações das autoridades.


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