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PAN-AMERICANO
Instalações do tiro com arco apresentam problemas técnicos
Até obra encerrada é ameaça para Jogos-2003
DA REPORTAGEM LOCAL
Em adição aos atrasos na conclusão das obras do Pan de Santo
Domingo-2003, a competição ganhou mais um problema que pode eliminar algumas modalidades
de seu programa oficial ou forçar
sua realização em outros países.
Trata-se das dificuldades de ordem técnica que surgem em virtude do mau acabamento detectado nas instalações esportivas.
A primeira modalidade a se manifestar sobre o assunto é o tiro
com arco, esporte para o qual o
Brasil vai enviar dois representantes à República Dominicana.
A advertência foi enviada ao comitê organizador dos Jogos Pan-Americanos pela Federação Dominicana de Tiro com Arco. Segundo carta da entidade, "problemas técnicos apontados pelo diretor das provas de tiro com arco
não foram corrigidos, o que produz o risco de que esta modalidade não seja disputada".
O documento detalhava que entre as falhas detectadas no local de
competições está um forte problema de drenagem "que causa a
acumulação de água em amplos
segmentos do campo de tiro".
A federação adverte que falta
uma barreira para separar a área
de descanso dos atiradores da
grade que contém os espectadores. A ausência de instalações elétricas no campo de tiro e a falta de
mastros para afixar as bandeiras
das nações participantes é citada.
Também a distância para os disparos estaria incorreta. O ideal seriam 90 metros. No entanto, a distância atual é de 87 metros. Para
finalizar, a carta aponta que a infra-estrutura para a equipe técnica também apresenta problemas.
O custo total das obras no local
de tiro atingiu US$ 600 mil.
O especialista cubano Sergio
Font, que examinou o local, chegou a sugerir que a prova seja
transferida para México, Venezuela, Colômbia ou Porto Rico.
Aviso
Em virtude da situação na República Dominicana, com diversas instalações ainda em processo
de construção, até o Comitê
Olímpico Brasileiro, que vinha relutando em criticar publicamente
o estado das obras do Pan e mantém uma postura otimista, confirmou para o próximo dia 8 uma teleconferência com os atletas e dirigentes com previsão de ida a
Santo Domingo.
O objetivo é mostrar aos esportistas as verdadeiras condições
das instalações esportivas que encontrarão em Santo Domingo antes que estes embarquem.
"Quero que todos saibam o que
acontece por lá. Depois ninguém
vai poder reclamar que não sabia
como estavam os locais de competição ou dizer que "se soubesse
que seria assim, nem teria ido",
argumentou o presidente do
COB, Carlos Arthur Nuzman.
O comitê organizador do Pan
estourou várias vezes os prazos
estipulados pela Organização
Desportiva Pan-Americana, a última delas, 30 de maio, fixada e
reiterada pelo presidente da entidade, Mario Vázquez Raña.
O mexicano chegou a reconhecer que o Pan de Santo Domingo
seria "muito modesto". A organização do evento, porém, sempre
garantiu que não havia perigo de
modalidades serem canceladas.
Representantes da Odepa no
país, contudo, já haviam dito que
o acabamento dos locais de competição não seria o ponto forte do
Pan. O engenheiro Roque Napoleón Muñoz afirmara que o estádio Olímpico ficaria completo só depois do fim dos Jogos.
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