São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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FUTEBOL

Combinação de matemática e técnica provoca gafes, vergonha e risos

Contas fazem Corinthians tropeçar com bola nos pés

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O que era para ser um simples treino do Corinthians virou tortura para uns e motivo de piada para outros. Os jogadores foram obrigados a misturar matemática e futebol, num resultado vexatório para atletas como os ex-juniores Abuda, Alemão, Edson e Rosinei, que erraram nas contas.
Todos foram obrigados a conduzir a bola e, sem parar, somar números mostrados em placas pelo preparador físico Fábio Ma- sheredjian e seu auxiliar, Ricardo Rosa. Quem errava o cálculo repetia o exercício até acertar.
Segundo Masheredjian, o objetivo era fazer os jogadores se acostumarem a carregar a bola olhando para o campo para ver os colegas e preparar o lance seguinte.
O trabalho terminou em constrangimento para Abuda. O atacante errou três vezes e, envergonhado, não quis dar entrevistas.
Em sua primeira tentativa frustrada, o atacante calculou que a soma de 9 e 5 é igual a 16. Alguns se jogaram no chão de tanto rir. Depois, Abuda, 18, viu as placas com os números 9 e 3. Arriscou 11 como resultado. Só conseguiu acertar na quarta chance, quando teve de somar 13 e 1. "Também mostraram duas placas com o número um para o Abuda. Ele disse que a soma era 11", contou Jô.
O constrangimento enfrentado pelos jogadores que erraram não impedirá que o treinamento seja repetido. "O fato de eles ficarem envergonhados é um efeito colateral. O importante era a condução da bola", disse Masheredjian.
Ele teve uma conversa com Abuda depois do treino. "Vou ajudá-lo a melhorar. O objetivo era aprimorar a visão periférica, mas o futebol tem um fator social. Dá para fazer o jogador melhorar em outras atividades", afirmou o preparador físico corintiano.
Ele disse que desenvolveu o método ao ler estudos sobre como aumentar o campo de visão dos atletas e chegou a aplicar o exercício uma vez no Flamengo.
O técnico Tite aprovou a experiência. "É uma maneira criativa de desenvolver no jogador velocidade, controle de bola e visão periférica", declarou.
Os atletas dizem ter gostado da inovação. "Tive facilidade porque já aprendi a conduzir a bola sem olhar para ela no futsal", disse Jô.


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