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FUTEBOL
Combinação de matemática e técnica provoca gafes, vergonha e risos
Contas fazem Corinthians
tropeçar com bola nos pés
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O que era para ser um simples
treino do Corinthians virou tortura para uns e motivo de piada para outros. Os jogadores foram
obrigados a misturar matemática
e futebol, num resultado vexatório para atletas como os ex-juniores Abuda, Alemão, Edson e Rosinei, que erraram nas contas.
Todos foram obrigados a conduzir a bola e, sem parar, somar
números mostrados em placas
pelo preparador físico Fábio Ma-
sheredjian e seu auxiliar, Ricardo
Rosa. Quem errava o cálculo repetia o exercício até acertar.
Segundo Masheredjian, o objetivo era fazer os jogadores se acostumarem a carregar a bola olhando para o campo para ver os colegas e preparar o lance seguinte.
O trabalho terminou em constrangimento para Abuda. O atacante errou três vezes e, envergonhado, não quis dar entrevistas.
Em sua primeira tentativa frustrada, o atacante calculou que a
soma de 9 e 5 é igual a 16. Alguns
se jogaram no chão de tanto rir.
Depois, Abuda, 18, viu as placas
com os números 9 e 3. Arriscou 11
como resultado. Só conseguiu
acertar na quarta chance, quando
teve de somar 13 e 1. "Também
mostraram duas placas com o número um para o Abuda. Ele disse
que a soma era 11", contou Jô.
O constrangimento enfrentado
pelos jogadores que erraram não
impedirá que o treinamento seja
repetido. "O fato de eles ficarem
envergonhados é um efeito colateral. O importante era a condução da bola", disse Masheredjian.
Ele teve uma conversa com
Abuda depois do treino. "Vou
ajudá-lo a melhorar. O objetivo
era aprimorar a visão periférica,
mas o futebol tem um fator social.
Dá para fazer o jogador melhorar
em outras atividades", afirmou o
preparador físico corintiano.
Ele disse que desenvolveu o método ao ler estudos sobre como
aumentar o campo de visão dos
atletas e chegou a aplicar o exercício uma vez no Flamengo.
O técnico Tite aprovou a experiência. "É uma maneira criativa
de desenvolver no jogador velocidade, controle de bola e visão periférica", declarou.
Os atletas dizem ter gostado da
inovação. "Tive facilidade porque
já aprendi a conduzir a bola sem
olhar para ela no futsal", disse Jô.
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