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ANÁLISE
Fracasso mostra que o futebol não é uma tarefa para velhos
ENZO PALLADINI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Fim de uma geração. Fim
de uma história que parecia
para sempre bela: o coração
da Itália, o caráter da Azzurra, a capacidade de resolver
todos os problemas.
Os italianos não querem
mais ver Cannavaro, Gattuso, Pirlo e outros heróis de
2006. O novo técnico, Cesare
Prandelli, tem que apresentar caras novas. O futebol
não é uma tarefa para velhos.
A Itália de 2010 é a pior da
história. Terminou a Copa como lanterna do seu grupo. Os
italianos sempre tiveram
uma desculpa para explicar
os fracassos. Agora, não.
A Itália jogou muito mal
contra o Paraguai e a Nova
Zelândia. Jogou terrivelmente o primeiro tempo contra a
Eslováquia. Nos últimos 30
minutos, somente usou o coração, o desespero. Tentou se
recuperar, mas sempre esperando uma ajuda do acaso.
Os italianos riram do fracasso da França ao verem os
primos voltarem para a casa
sob insultos. Depois de 24 horas, chegou a vez da Itália.
Não será fácil construir algo novo no futebol italiano.
2010 foi o ano da Inter, mas a
Inter é um time de poucos italianos: Balotelli (que foi considerado muito inexperiente)
e Materazzi (que é o mais velho dos campeões de 2006).
O país está cheio de jogadores mimados, muito ricos e
adaptados ao nível do Italiano, que hoje é muito baixo.
Quando saem da Itália, parecem filhotes indefesos.
Antes os italianos diziam:
"Nós temos a técnica". Mas
agora até a técnica italiana é
apenas uma lembrança.
ENZO PALLADINI é redator-chefe de
Esporte da rede de TV italiana Mediaset
Tradução de ANASTASIA CAMPANERUT
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