São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

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FUTEBOL

Cada jogo precisa ter quase 12 mil fãs para evitar fiasco histórico do torneio

Brasileiro perde 588 mil torcedores em 17 rodadas

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O mesmo formato, um número de participantes idêntico e um calendário praticamente igual. Nunca foi tão preciso comparar uma edição do Brasileiro com a anterior como agora. E, em termos de bilheteria, o diagnóstico do torneio de 2004 é alarmante.
O público acumulado das 17 rodadas iniciais da competição é de, segundo números oficiais da CBF, 1.459.002. No ano passado, no mesmo número de jornadas, foram vendidos 2.047.338 ingressos, ou 588.336 a mais do que no torneio que ontem, depois do fechamento desta edição, iria realizar toda a sua 18ª rodada.
Com um tombo de 28% no número de entradas comercializadas, nem o aumento no preço dos ingressos -o preço da arquibancada subiu 50%- evitou uma queda brusca de arrecadação.
Depois de 17 rodadas, o Brasileiro gerou com a venda de ingressos uma receita de R$ 17,6 milhões, ou quase R$ 3 milhões a menos do que o torneio tinha no mesmo ponto no ano passado.
Na média, cada jogo do Nacional tem uma renda bruta de R$ 86.699,55, contra R$ 100.809,92 de 2003 (sempre considerando os números até a 17ª jornada).
Com o movimento fraco nos guichês das bilheterias, muitas partidas terminam com despesas maiores do que as receitas.
Dos 12 jogos disputados na última terça-feira, nada menos do que cinco terminaram sem dinheiro suficiente na bilheteria para pagar as despesas.
O Botafogo perdeu quase R$ 23 mil no jogo em que bateu o São Paulo. Outros mandantes que tiveram prejuízo na jornada foram Guarani (R$ 4.500), Vasco (R$ 16 mil), São Caetano (R$ 12 mil) e Santos (R$ 20 mil).

Pior da história
Se continuar no ritmo atual, a edição 2004 vai entrar para a histórica como a de pior bilheteria da história da competição, iniciada em 1971. A média atual -7.187 torcedores por partida- está bem abaixo até do que aconteceu em 1979, quando o torneio teve 9.136 pagantes por partida, o recorde negativo.
Para conseguir no seu final, em dezembro, superar a média de 10 mil pessoas nas arquibancadas a cada partida, o Nacional-04 precisa ter a partir de agora uma média de quase 12 mil fãs por jogo.
Missão que parece difícil de ser atingida. Os figurões da elite fariam feio até na Série B.
Na primeira divisão, o líder na bilheteria é o Corinthians, com 13,5 mil torcedores por jogo. Com essa marca, o clube do Parque São Jorge seria apenas o terceiro mais popular da Série B, atrás de Bahia (média de 17 mil) e Ceará (15 mil).
E, para piorar, a maior parte dos clássicos estaduais, os campeões de bilheteria, do primeiro turno na elite já aconteceram.


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