Lucélia Ribeiro vê mexicana como maior rival no tatame

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Chamou a atenção o discurso da velejadora americana Eliza Cleveland na marina da Glória. "É maravilhoso estar aqui, entre o Pão de Açúcar e o Cristo. Obrigado por sediarem os Jogos." Assim também fizeram a técnica de basquete, Dawn Staley, e a dupla de vôlei de praia, Hans Stolfus e Ty Loomis.
Americanos elogiando a cidade começaram a ser uma constante, mas nem tudo parece espontâneo. Houve recomendação do comitê olímpico americano (Usoc, em inglês), para que os atletas apoiassem ao Pan, segundo disse uma funcionária do comitê à Folha.
A medida visa evitar polêmicas entre a cidade e a delegação americana. Fora isso, os atletas e os técnicos são instados a falar apenas sobre as provas.
No último domingo, Angie Akers, atleta de vôlei de praia dos EUA, tirou sua página, angieakers.blogspot.com do ar após um texto seu, em que se revelava impressionada com a miséria da cidade, foi atacado por brasileiros. Até sábado, havia mais de 300 comentários, muitos em palavrões bilíngües.
"Este é o lugar mais pobre que eu já vi. É realmente triste. Copacabana, onde jogamos, é o melhor de tudo o que vimos. A cidade inteira, de milhões e milhões, é toda de favelas. Os rios correm negros. Há vacas mortas ao longo das margens, que parecem cobertas de piche. E aí porcos e outros animais bebem ali. É terrível", escreveu Angie.
A Folha enviou perguntas à atleta no domingo pela assessoria de imprensa do Usoc, mas não houve respostas. Na semana passada, outra "operação abafa". Quem falava com o remador Jamie Schroeder, que foi assaltado, era orientado a não perguntar sobre o crime.
Antes dos Jogos, o gerente de imprensa Kevin Neuendorf escreveu a frase "Bem-vindo ao Congo". Vítima de críticas, voltou aos EUA e motivou pedido de desculpas do Usoc.


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