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Corinthians expulsa MSI e votará saída de Dualib
Em reunião ontem, Conselho define, por unanimidade, rescisão de parceria
Presidente do clube, que
também votou pelo fim do
acordo, terá seu pedido de
afastamento discutido no
clube no dia 7 de agosto
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Para o Corinthians, a parceria com a MSI está encerrada.
Por unanimidade, os conselheiros do clube votaram pelo
fim do acordo com a empresa
presidida por Kia Joorabchian
e, ainda, marcaram nova assembléia para discutir o afastamento de Alberto Dualib.
Até o presidente do clube e
seu vice Nesi Curi, que fecharam o acordo em dezembro de
2004, votaram para interromper o contrato, que tem duração de dez anos -terminaria
em 1º de dezembro de 2014.
Após optarem pela rescisão
da parceria, os conselheiros de
oposição tentaram marcar nova assembléia para votar o afastamento de Dualib. Mas o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger, aliado de
Dualib, encerrou a reunião. Um
tumulto se formou. A essa altura, Dualib já havia deixado o Salão Nobre -ele abandonou o
clube por uma saída lateral, escondido em um Santana preto.
Senger, cercado por seguranças, tentou deixar o local. Revoltados, conselheiros agrediram os guarda-costas e impediram a saída do dirigente.
Do lado de fora, torcedores
quase invadiram o Salão Nobre.
Pressionado, Senger não teve
outra alternativa senão a de
marcar a nova reunião, que
ocorrerá em 7 de agosto.
"Acho muito difícil não haver
o afastamento, até por causa do
processo na Justiça", disse Senger, depois da reunião.
"O Corinthians estava sangrando, mas o resgate chegou",
comemorava o conselheiro Edgard Soares, da oposição.
Caso o Conselho aprove o
afastamento, uma assembléia
com os sócios deve ser marcada
para o dia 12 de agosto para ratificar a saída do presidente.
O encerramento da parceria
ontem é um indício de que
Dualib dificilmente conseguirá
escapar do afastamento.
Réu em processo da Justiça
Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, resultado de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, Dualib encerra o acordo
com a MSI de maneira vergonhosa para o clube.
A empresa não quis se manifestar sobre a decisão do Conselho. Pelo contrato, no entanto, pode iniciar uma batalha judicial para cobrar multa rescisória que supera os US$ 25 milhões (cerca de R$ 50 milhões).
O clube, entretanto, alega
que a parceira descumpriu o
acordo e que lhe deve mais de
R$ 100 milhões. Segundo o balanço de 2006, porém, os corintianos têm "só" R$ 17,9 milhões
para receber da empresa.
A MSI, por sua vez, sempre
alegou que cumpriu todas as
suas obrigações e disse que foi o
Corinthians, e não ela, quem
descumpriu o acordo. O fato é
que desde junho de 2006 a empresa não envia recursos para
cobrir as despesas do futebol.
Na semana passada, a Justiça
deu um golpe fatal na parceria
ao bloquear as contas da MSI,
alegando que o dinheiro que
abasteceu o negócio (cerca de
US$ 32 milhões) era proveniente de atos ilícitos do russo
Boris Berezovski, apontado como principal investidor.
Em menos de dois anos de
parceria, o time ganhou um título, o Brasileiro de 2005, mas
acumulou uma enorme dívida,
que ultrapassa os R$ 53 milhões, o que resultou na reprovação das contas corintianas.
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