São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2007

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Corinthians expulsa MSI e votará saída de Dualib

Em reunião ontem, Conselho define, por unanimidade, rescisão de parceria

Presidente do clube, que também votou pelo fim do acordo, terá seu pedido de afastamento discutido no clube no dia 7 de agosto

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Para o Corinthians, a parceria com a MSI está encerrada. Por unanimidade, os conselheiros do clube votaram pelo fim do acordo com a empresa presidida por Kia Joorabchian e, ainda, marcaram nova assembléia para discutir o afastamento de Alberto Dualib.
Até o presidente do clube e seu vice Nesi Curi, que fecharam o acordo em dezembro de 2004, votaram para interromper o contrato, que tem duração de dez anos -terminaria em 1º de dezembro de 2014.
Após optarem pela rescisão da parceria, os conselheiros de oposição tentaram marcar nova assembléia para votar o afastamento de Dualib. Mas o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger, aliado de Dualib, encerrou a reunião. Um tumulto se formou. A essa altura, Dualib já havia deixado o Salão Nobre -ele abandonou o clube por uma saída lateral, escondido em um Santana preto.
Senger, cercado por seguranças, tentou deixar o local. Revoltados, conselheiros agrediram os guarda-costas e impediram a saída do dirigente.
Do lado de fora, torcedores quase invadiram o Salão Nobre. Pressionado, Senger não teve outra alternativa senão a de marcar a nova reunião, que ocorrerá em 7 de agosto.
"Acho muito difícil não haver o afastamento, até por causa do processo na Justiça", disse Senger, depois da reunião.
"O Corinthians estava sangrando, mas o resgate chegou", comemorava o conselheiro Edgard Soares, da oposição.
Caso o Conselho aprove o afastamento, uma assembléia com os sócios deve ser marcada para o dia 12 de agosto para ratificar a saída do presidente.
O encerramento da parceria ontem é um indício de que Dualib dificilmente conseguirá escapar do afastamento.
Réu em processo da Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, resultado de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, Dualib encerra o acordo com a MSI de maneira vergonhosa para o clube.
A empresa não quis se manifestar sobre a decisão do Conselho. Pelo contrato, no entanto, pode iniciar uma batalha judicial para cobrar multa rescisória que supera os US$ 25 milhões (cerca de R$ 50 milhões).
O clube, entretanto, alega que a parceira descumpriu o acordo e que lhe deve mais de R$ 100 milhões. Segundo o balanço de 2006, porém, os corintianos têm "só" R$ 17,9 milhões para receber da empresa.
A MSI, por sua vez, sempre alegou que cumpriu todas as suas obrigações e disse que foi o Corinthians, e não ela, quem descumpriu o acordo. O fato é que desde junho de 2006 a empresa não envia recursos para cobrir as despesas do futebol.
Na semana passada, a Justiça deu um golpe fatal na parceria ao bloquear as contas da MSI, alegando que o dinheiro que abasteceu o negócio (cerca de US$ 32 milhões) era proveniente de atos ilícitos do russo Boris Berezovski, apontado como principal investidor.
Em menos de dois anos de parceria, o time ganhou um título, o Brasileiro de 2005, mas acumulou uma enorme dívida, que ultrapassa os R$ 53 milhões, o que resultou na reprovação das contas corintianas.


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