DA REPORTAGEM LOCAL

Paulo César Carpegiani quase saiu do Corinthians. Pediu demissão, não aceita pela diretoria. Agora, com outro discurso, o técnico luta para provar a si mesmo que tomou a decisão certa.
O time joga hoje, em Florianópolis, contra o Figueirense, sob risco de, com mais uma derrota, ver seu técnico não resistir à pressão e sair.
Ontem, Carpegiani reforçou que a decisão de não abandonar o cargo foi dele. E que, neste momento, sua permanência no Parque São Jorge está mais nas próprias mãos do que nas da diretoria.
"Não estou aqui preso a multa ou algo parecido. Se continuo no Corinthians, é porque quero. Temos obrigação de vencer o Figueirense."
Pelo clube, o vice de futebol, Rubens Gomes, diz não ser partidário do estilo que prega demissões de técnicos em tempos de crise.
Os jogadores também defendem o técnico.
"É injusto cair qualquer culpa sobre o Carpegiani. Ele está fazendo um bom trabalho", disse o goleiro Felipe.
Talvez o treinador baseie a volta de sua confiança numa reação no Nacional em resultados que obteve como visitante no campeonato.
Foi fora de casa onde a equipe teve suas melhores apresentações neste Brasileiro -e onde venceu pela última vez, há sete rodadas.
Em cinco jogos como visitante, foram duas vitórias, um empate e duas derrotas.
Como mandante, o Corinthians tem um cartel pior. Foram sete partidas, com apenas um triunfo, quatro empates e duas derrotas.
O ataque, outro alvo de críticas no clube, também tem se dado bem melhor em território inimigo. Dos 10 gols que o time anotou na competição, 7 aconteceram em partidas longe de casa.
Mas, apesar da aparente recuperação de confiança no elenco, o técnico não descartou sua saída em caso de nova derrota hoje.