São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011 |
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JUCA KFOURI Tarde celeste
POR MAIS que os cartolas tentem impedir, até mesmo de jatinho para ir mais rápido, o futebol segue e seguirá sendo o mais espetacular dos esportes. Ontem, com toda a justiça que às vezes falta no Planeta Bola, um país com pouco mais de 3 milhões de habitantes começou a festejar o 15º título de sua seleção na Copa América, o que faz do Uruguai o menor maior ganhador do troféu num continente que também tem o Brasil, de oito taças e 193 milhões de habitantes, e a Argentina, de 14 títulos e 41 milhões. Quiseram os deuses dos estádios que a Celeste vencesse os paraguaios por 3 a 0, um gol para cada milhão de habitantes, cada um com um ídolo diferente, seja Diego Lugano, seja Diego Forlán, seja Luis Suárez. O ensolarado domingo em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez, palco da finalíssima sul-americana, e em São Paulo, num Pacaembu com quase 38 mil torcedores, era mesmo para ser azul. Porque o Cruzeiro veio à Pauliceia para derrubar o líder invicto num jogo em que a simplicidade foi a tônica dos dois lados, cada um estritamente na sua, como a inteligência mandava, mas que foi decidido daquele jeito que não há computador que preveja, imagine, desenhe ou planeje. Porque Wallyson, o menino potiguar cruzeirense, não teve dúvida em tentar o imponderável da intermediária alvinegra quando viu o jovem goleiro do Corinthians Renan um pouco adiantado. E seu gol por cobertura foi uma pintura, tão bela que só falta alguém ver culpa no estreante que substituiu o vilão que virou herói depois de jogar com o dedo luxado. Não, o mérito foi de Wallyson, como foi do Cruzeiro, que mesmo com dez soube segurar o melhor time do campeonato até agora. Mas não dá para falar das vitórias do Uruguai e do Cruzeiro sem fazer aquilo que quase todos fazem: falar dos técnicos. Pois bem. E não é que tanto Oscar Tabárez quanto Joel Santana, e não há aqui nenhuma comparação, são adeptos do futebol simples, sem segredos mirabolantes, sem medo até de parecer menor? O Cruzeiro ao enfrentar o Corinthians no Pacaembu, onde estava 100%, não teve vergonha em assumir uma postura de respeito, como se fosse menor, o que não é. Do mesmo modo o comando uruguaio não tem vergonha em assumir suas dimensões, porque não esconde o essencial: o caráter. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Joel celebra retranca como "estratégia" Próximo Texto: Trio trava, e Palmeiras perde a 2ª Índice | Comunicar Erros |
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