São Paulo, domingo, 25 de agosto de 2002

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DOPING

Histórico do atleta é reunido em um só documento; entidade também deve colocar as informações na internet

Agência antidoping promove passaporte para o atleta "limpo"

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Entidade reguladora do combate ao uso de substâncias ilegais no esporte, a Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês) está apostando em um programa idealizado pelos próprios atletas.
Nos Jogos da Comunidade Britânica, encerrados no início do mês em Manchester (ING), a agência enviou uma equipe especialmente encarregada de promover o Passaporte do Atleta.
O passaporte é semelhante, no formato, ao utilizado por uma pessoa em viagens internacionais. Segundo o proposto, serão registrados todos os exames pelos quais passar um competidor.
Além do documento, a agência está colocando no site do programa as mesmas informações. Cada atleta cadastrado recebe uma senha com a qual tem acesso aos seus dados e às informações de domínio público, como calendário de exames, lista de substâncias proibidas e legislação antidoping, entre outras.
Segundo o projeto, todas as informações estarão disponíveis aos comitês olímpicos nacionais, às federações esportivas e às organizações antidoping de todo o mundo, com o objetivo de incentivar a harmonização do combate e a troca de informações.
O passaporte partiu de uma proposta desenvolvida pela comissão de atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A agência lançou-o oficialmente nos Jogos de Inverno de Salt Lake City, em fevereiro, depois de dois anos de estudos -o COI mencionara o programa pela primeira vez em Sydney-2000.
Nessa primeira oportunidade, 712 competidores aderiram.
Inicialmente, o passaporte será destinado aos atletas de elite. Os maiores beneficiados, estima a Wada, serão aqueles que não utilizam substâncias proibidas e que terão um documento referendado pela entidade como prova.
Embora afirme que a iniciativa tem caráter educativo e refute sanções a quem não quiser aderir, a agência diz que pretende tornar o passaporte uma referência.
"A intenção é que o documento seja utilizado até no momento em que um atleta assine um contrato de patrocínio", exemplifica Eduardo de Rose, membro do conselho principal da entidade.
Para o futuro, a agência afirma que pretende substituir o passaporte em papel por um cartão eletrônico, que guardaria as informações relativas ao atleta. E não somente o histórico relacionado ao doping, como também os resultados da carreira. O obstáculo, diz a agência, são os altos custos.
"Como o programa planeja atingir atletas de vários países, nós devemos considerar os diferentes níveis de acesso à tecnologia. Enquanto o cartão não puder ser acessível e prático para todos, vamos utilizar o passaporte em papel", afirma Farnaz Khadem, diretora de comunicações da Wada.



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