Sem contratações de impacto, equipe de Turim retorna à Série A do Nacional

Buffon, Nedved e Del Piero, que preferiram não aderir à debandada de estrelas após o rebaixamento à Série B, lideram time na temporada

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAl

Depois de uma temporada desfalcado, o "trio de ferro" do futebol tetracampeão do mundo volta a jogar junto a mesma competição. Ressurgida após uma passagem forçada pela segunda divisão da Itália, a Juventus faz novamente companhia a Inter de Milão e Milan na disputa pelo scudetto.
Mas a passagem pela Série B pela primeira vez em sua história deixou cicatrizes na equipe de Turim. Em seu retorno, depois de ser punida por envolvimento em esquema de manipulação de resultados, a Juventus volta mais humilde.
O time que a partir de hoje luta para voltar a dividir os holofotes com seus rivais milaneses, além da competitiva Roma, é bem menos estrelado do que aquele que na temporada retrasada era formado por atletas renomados do futebol mundial.
O clube trocou quantidade por qualidade na hora de se reforçar para este ano. Foram, até ontem, 13 contratações e 19 dispensas ou vendas.
Apesar de praticamente se desfazer da base com que disputou a Série B e montar um novo elenco -incluindo troca de técnico-, a Juventus não investiu em contratações de peso, como se acostumou a fazer em temporadas anteriores.
Dos reforços que chegaram, o veterano zagueiro português Jorge Andrade, vindo do La Coruña (ESP), e o também defensor tcheco Grygera (ex-Ajax) foram os principais nomes estrangeiros. Entre os italianos, o atacante Iaquinta, campeão como reserva na seleção nacional na Copa da Alemanha, no ano passado, é o maior destaque.
Efeito do novo perfil juventino, as estrelas do atual elenco são as mesmas de duas temporadas atrás, antes da queda.
O goleiro Buffon, o meia Nedved e o atacante Del Piero são os principais jogadores da equipe que, ao ser rebaixada, perdeu outras estrelas, como Thuram e Zambrotta, que se transferiram para o Barcelona, e Ibrahimovic e Vieira, campeões da temporada passada pela Inter de Milão.
No banco de reservas, a Juventus também passou por mudanças. Depois de ser bicampeã com Fabio Capello nas temporadas 2004/2005 e 2005/2006, perder os títulos e cair, a equipe foi para as mãos de Didier Deschamps.
O ex-jogador francês que conduziu o clube de volta à elite, no entanto, não foi premiado com a oportunidade de disputar a Série A.
Cabe agora a Claudio Ranieri ajudar a "Juve" a retomar o posto de papão de títulos. Ele é o treinador italiano com mais temporadas fora de seu país, oito -comandou, entre outras equipes, o Valencia, em 1999, e o Chelsea de 2000 a 2004. Porém nunca conseguiu ganhar títulos de expressão.
"Montamos um bom grupo e devemos agora mostrar isso em campo. No futebol, apenas palavras não bastam", diz, prudente, o técnico da Juventus.