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Anti clímax
NA OLIMPÍADA QUE EXPÔS A FORÇA DA CHINA E DOS FENÔMENOS MICHAEL PHELPS E USAIN BOLT , BRASIL RETROCEDE NO QUADRO DE MEDALHAS
DOS ENVIADOS A PEQUIM
DE PEQUIM
Uma festa para chineses,
mais modesta que a cerimônia
de abertura, encerrou ontem
em Pequim a 29ª edição da
Olimpíada. Talvez porque a
China sinta que não tem mais
nada a provar para o mundo.
O país levou o evento a um
patamar nunca alcançado, nas
palavras do presidente do Comitê Olímpico Internacional,
Jacques Rogge. Para o comitê
organizador dos Jogos, "o povo chinês honrou compromissos solenemente feitos".
É impossível contestar a primeira afirmação. O Ninho de
Pássaro e o Cubo d'Água, lado
a lado, deslumbraram o mundo. A segunda encontra resistências até do COI, que por
anos defendeu Pequim como
forma de abrir o país para o
mundo, e o mundo para o país.
Mas na China que fica dos Jogos, tudo indica, nada mudará.
Foi a Olimpíada de Michael
Phelps e de Usain Bolt, recordistas históricos. Dos militares no Parque Olímpico, das
enganações na festa de abertura, dos protestos frustrados,
das ameaças terroristas nunca
concretizadas, do abraço da
russa e da georgiana no pódio.
Para o Brasil, foi a Olimpíada do anticlímax. Pela primeira vez, o país chegou aos Jogos
com total amparo estatal. No
último ciclo olímpico, o governo federal investiu R$ 1,2 bilhão no esporte de alto rendimento, incluindo a realização
de um Pan no Rio. O resultado
teve reflexos apenas internos.
No quadro de medalhas, a
delegação brasileira, com a
derrota da seleção masculina
de vôlei no último dia, não figurou nos top 20: foi a 23ª, sete
posições pior do que em Atenas-2004. Foram três ouros,
só melhor do que Sydney-2000, quando o país zerou. Foram 15 medalhas, mesma conta de Atlanta-96, quando a cúpula do COB tomou posse com
discurso de transformar o Brasil em potência olímpica.
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