São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Anti clímax

NA OLIMPÍADA QUE EXPÔS A FORÇA DA CHINA E DOS FENÔMENOS MICHAEL PHELPS E USAIN BOLT , BRASIL RETROCEDE NO QUADRO DE MEDALHAS

DOS ENVIADOS A PEQUIM DE PEQUIM

Uma festa para chineses, mais modesta que a cerimônia de abertura, encerrou ontem em Pequim a 29ª edição da Olimpíada. Talvez porque a China sinta que não tem mais nada a provar para o mundo.
O país levou o evento a um patamar nunca alcançado, nas palavras do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge. Para o comitê organizador dos Jogos, "o povo chinês honrou compromissos solenemente feitos".
É impossível contestar a primeira afirmação. O Ninho de Pássaro e o Cubo d'Água, lado a lado, deslumbraram o mundo. A segunda encontra resistências até do COI, que por anos defendeu Pequim como forma de abrir o país para o mundo, e o mundo para o país. Mas na China que fica dos Jogos, tudo indica, nada mudará.
Foi a Olimpíada de Michael Phelps e de Usain Bolt, recordistas históricos. Dos militares no Parque Olímpico, das enganações na festa de abertura, dos protestos frustrados, das ameaças terroristas nunca concretizadas, do abraço da russa e da georgiana no pódio.
Para o Brasil, foi a Olimpíada do anticlímax. Pela primeira vez, o país chegou aos Jogos com total amparo estatal. No último ciclo olímpico, o governo federal investiu R$ 1,2 bilhão no esporte de alto rendimento, incluindo a realização de um Pan no Rio. O resultado teve reflexos apenas internos.
No quadro de medalhas, a delegação brasileira, com a derrota da seleção masculina de vôlei no último dia, não figurou nos top 20: foi a 23ª, sete posições pior do que em Atenas-2004. Foram três ouros, só melhor do que Sydney-2000, quando o país zerou. Foram 15 medalhas, mesma conta de Atlanta-96, quando a cúpula do COB tomou posse com discurso de transformar o Brasil em potência olímpica.


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